terça-feira, 18 de maio de 2010

130410 - A POESIA DE JOSÉ AUGUSTO SIEBRA 1881-1960 VIAGEM AO INFINITO


Galguei o espaço infinito

Pelo alto pensamento

Rompendo a força do vento

Do ar o denso granito.

Pisei todos os planetas,

Signos, cometas também.

Vi tudo que gira além

Mas não vi quatro trombetas.

Não encontrei o Altíssimo

Nem o trono da verdade

E de lá voltei certíssimo

Descrendo da eternidade.

Mas de volta encontro o ar

Em profunda escuridão

Com o estridor do trovão

O corisco a fuzilar.

Acho, Deus, encontrei jeito

De crer na sua existência

Imploro sua clemência

Com a mão cruzada ao peito.

Deus! Oh, Deus! Senhor perdão!

Perdão se esta poesia

Ofendeu-Te a primazia

Sob o peso de tua mão.

Pois, Senhor, ao infinito,

Galguei pelo pensamento

Reconheci teu portento

E o quanto sou pequenito.

Teu poder sublime e forte

Os meus olhos lá bem viram

Se os meus versos te feriram

Perdão Deus! Manda-me a morte.

Postado por Stela

http://cariricaturas.blogspot.com/

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