sábado, 23 de outubro de 2010

Frei Betto: Dilma e a fé cristã

Reproduzo artigo de Frei Betto, publicado na coluna "Tendências/Debates" da Folha:


Conheço Dilma Rousseff desde criança. Éramos vizinhos na rua Major Lopes, em Belo Horizonte. Ela e Thereza, minha irmã, foram amigas de adolescência. Anos depois, nos encontramos no presídio Tiradentes, em São Paulo. Ex-aluna de colégio religioso, dirigido por freiras de Sion, Dilma, no cárcere, participava de orações e comentários do Evangelho. Nada tinha de "marxista ateia".

Nossos torturadores, sim, praticavam o ateísmo militante ao profanar, com violência, os templos vivos de Deus: as vítimas levadas ao pau-de-arara, ao choque elétrico, ao afogamento e à morte.

Em 2003, deu-se meu terceiro encontro com Dilma, em Brasília, nos dois anos em que participei do governo Lula. De nossa amizade, posso assegurar que não passa de campanha difamatória - diria, terrorista - acusar Dilma Rousseff de "abortista" ou contrária aos princípios evangélicos. Se um ou outro bispo critica Dilma, há que se lembrar que, por ser bispo, ninguém é dono da verdade.

Nem tem o direito de julgar o foro íntimo do próximo. Dilma, como Lula, é pessoa de fé cristã, formada na Igreja Católica. Na linha do que recomenda Jesus, ela e Lula não saem por aí propalando, como fariseus, suas convicções religiosas. Preferem comprovar, por suas atitudes, que "a árvore se conhece pelos frutos", como acentua o Evangelho.

É na coerência de suas ações, na ética de procedimentos políticos e na dedicação ao povo brasileiro que políticos como Dilma e Lula testemunham a fé que abraçam. Sobre Lula, desde as greves do ABC, espalharam horrores: se eleito, tomaria as mansões do Morumbi, em São Paulo; expropriaria fazendas e sítios produtivos; implantaria o socialismo por decreto...

Passados quase oito anos, o que vemos? Um Brasil mais justo, com menos miséria e mais distribuição de renda, sem criminalizar movimentos sociais ou privatizar o patrimônio público, respeitado internacionalmente.

Até o segundo turno, nichos da oposição ao governo Lula haverão de ecoar boataria e mentiras. Mas não podem alterar a essência de uma pessoa. Em tudo o que Dilma realizou, falou ou escreveu, jamais se encontrará uma única linha contrária ao conteúdo da fé cristã e aos princípios do Evangelho.

Certa vez indagaram a Jesus quem haveria de se salvar. Ele não respondeu que seriam aqueles que vivem batendo no peito e proclamando o nome de Deus. Nem os que vão à missa ou ao culto todos os domingos. Nem quem se julga dono da doutrina cristã e se arvora em juiz de seus semelhantes.

A resposta de Jesus surpreendeu: "Eu tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; estive enfermo e me visitastes; oprimido, e me libertastes..." (Mateus 25, 31-46). Jesus se colocou no lugar dos mais pobres e frisou que a salvação está ao alcance de quem, por amor, busca saciar a fome dos miseráveis, não se omite diante das opressões, procura assegurar a todos vida digna e feliz.

Isso o governo Lula tem feito, segundo a opinião de 77% da população brasileira, como demonstram as pesquisas. Com certeza, Dilma, se eleita presidente, prosseguirá na mesma direção.

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FONTE: http://altamiroborges.blogspot.com

Frei Betto responsabiliza Igreja por ter introduzido "vírus oportunista" na campanha

23/10/2010 - 20h00

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FABIO VICTOR
DE SÃO PAULO

Carlos Alberto Libânio Christo, o Frei Betto, 66, afirma que a forma como são abordados religião e aborto nesta campanha está "plantando no Brasil as sementes de um possível fundamentalismo religioso".

O frade dominicano responsabiliza a própria Igreja Católica por introduzir um "vírus oportunista" na disputa eleitoral.

E define como "oportunistas desesperados" os bispos da Regional Sul 1 da CNBB (São Paulo) que assinaram no fim de agosto uma nota, depois tornada panfleto, recomendando aos fieis não votar em candidatos do PT.

Em entrevista à Folha, o religioso analisa que os temas ganharam espaço na agenda porque "lidam com o emocional do brasileiro". "Na América Latina, a porta da razão é o coração, e a chave do coração é a religião. A religião tem um peso muito grande na concepção de mundo, de vida, de pessoa, que a população elabora."

Amigo do presidente Lula, de quem foi assessor entre 2003 e 2004 e a quem depois manteve apoio crítico, e eleitor de Dilma Rousseff, Frei Betto defende que as políticas sociais do atual governo evitaram milhões de mortes de crianças e, por isso, discuti-las é mais importante do que debater o aborto.

Folha - Desde que deixou o cargo de assessor de Lula, o sr. manteve um apoio crítico ao governo, um certo distanciamento. A pauta religiosa --ou a forma como ela foi introduzida na campanha-- lhe reaproximou do governo e do PT?
Frei Betto - Eu nunca me distanciei. Sempre apoiei o governo, embora fazendo críticas. O governo Lula é o melhor da nossa história republicana, mas não tão ideal quanto eu gostaria, porque não promoveu, por exemplo, nenhuma reforma na estrutura social brasileira, principalmente a reforma agrária.

Mas nunca deixei de dar o meu apoio, embora tenha escrito dois livros de análise do governo, mostrando os lados positivos e as críticas que tenho, que foram "A mosca azul" e "O calendário do poder", ambos publicados pela Rocco. Desde o início do processo eleitoral, embora seja amigo e admire muito a Marina Silva, no início até pensei que Dilma venceria com facilidade e que poderia apoiá-la [Marina], mas depois decidi apoiar a candidata do PT.

Mas você entrou com mais força na campanha por conta da pauta religiosa, sem a qual talvez não tivesse entrado tanto?
Eu teria entrado de qualquer maneira dando meu apoio, dentro das minhas limitações. Agora essa pauta me constrange duplamente, como cidadão e como religioso. Porque numa campanha eleitoral, penso que o mais importante é discutir o projeto Brasil. Mas como entrou o que considero um vírus oportunista, o tema do aborto e o tema religioso, lamentavelmente as as duas campanhas tiveram, sobretudo agora no segundo turno, que ser desviadas para essas questões, que são bastante pontuais. Não são questões que dizem respeito ao projeto Brasil de futuro. Ou, em outras palavras: mais do que se posicionar agora na questão do aborto é se posicionar em relação às políticas sociais que evitam a morte de milhões de crianças. Nenhuma mulher, nenhuma, mesmo aquela que aprova a total liberalização do direito ao aborto, é feliz por fazer um aborto.

Agora o que uma parcela conservadora da Igreja se esquece é que políticas sociais evitam milhões de abortos. Porque as mulheres, quando fazem, é por insegurança, frente a um futuro incerto, de miséria, de seus filhos. Esses 7,5 anos do governo Lula certamente permitiram que milhares de mulheres que teriam pensado em aborto assumissem a gravidez. Tiveram seus filhos porque se sentem amparadas por uma certa distribuição de renda que efetivamente ocorreu no governo Lula, tirando milhões de pessoas da miséria.

Por que aborto, crença e religião entraram tão fortemente na pauta da campanha?
Porque eles lidam com o emocional do brasileiro. Como o latino-americano em geral, a primeira visão de mundo que o brasileiro tem é de conotação religiosa. Sempre digo que, na América Latina, a porta da razão é o coração, e a chave do coração é a religião. A religião tem um peso muito grande na concepção de mundo, de vida, de pessoa, que a população elabora.
Mas não foi a população que levou esse tema [à campanha], foram alguns oportunistas que, desesperados e querendo desvirtuar a campanha eleitoral, introduziram esses temas como se eles fossem fundamentais.

O próprio aborto é decorrência, na maior parte, das próprias condições sociais de uma parcela considerável da população.

Quem são esses oportunistas?
Primeiro os três bispos que assinaram aquela nota contra a Dilma, diga-se de passagem à revelia da CNBB. Realmente eles se puseram no palanque, sinalizando diretamente uma candidata com acusações que considero infundadas, injustificadas e falsas.

A Dilma, que já defendeu a descriminalização do aborto, recuou em relação ao tema.
Respeito a posição dela. Agora eu, pessoalmente, como frade, como religioso, como católico, sou a favor da descriminalização em determinados casos. Pode colocar aí com todas as letras. Porque conheço experiências em outros países, como a França, em que a descriminalização evitou milhões de abortos. Mulheres foram convencidas a ter o filho dentro de gravidez indesejada. Então todas as estatísticas comprovam que a descriminalização favorece mais a vida do que a descriminalização. É importante que se diga isso, na minha boca.
Na Itália, que é o país do Vaticano, predominantemente católico, foi aprovada a descriminalização.

O sr. acha que o recuo da Dilma é preço eleitoral a pagar?
Respeito a posição dos candidatos, tanto da Dilma quanto do Serra, sobre essas questões. Não vou me arvorar em juiz de ninguém. Como disse, acho que esse é um tema secundário no processo eleitoral e no projeto Brasil.

Pelo que se supõe, já que não há muita clareza nos candidatos, nem Dilma nem Serra são favoráveis ao aborto em si, mas ambos parecem abertos a discutir sua descriminalização. Por que é tão difícil para ambos debater esse tema com clareza e honestidade?
Porque é um tema que os surpreende. Não é um tema fundamental numa campanha presidencial. É um vírus oportunista, numa campanha em que você tem que discutir a infraestutura do país, os programas sociais, a questão energética, a preservação ambiental. Entendo que eles se sintam constrangidos a ter que se calar diante dos temas importantes para a nação brasileira e entrar num viés que infelizmente está plantando no Brasil as sementes de um possível fundamentalismo religioso.

Como o sr. vê a participação direta de bispos, padres e pastores na campanha, pregando contra ou a favor de um ou outro candidato?
Eu defendo o direito de que qualquer cidadão brasileiro, seja bispo, seja até o papa, tenha a sua posição e a manifeste. O que considero um abuso é, em nome de uma instituição como a Igreja, como a CNBB, alguém se posicionar tentando direcionar o eleitorado. Eu, por exemplo, posso, como Frei Betto, manifestar a minha preferência eleitoral. Mas não posso, como a Ordem Dominicana à qual eu pertenço, dizer uma palavra sobre isso. Considero um abuso.

E a participação de uma diocese da CNBB na produção de panfletos recomendando fieis a não votarem na Dilma?
É uma posição ultramontana, abusiva, de tentar controlar a consciência dos fieis através de mentiras, de ilações injustificadas.

O sr. acredita, como aponta o PT, que o PSDB está por trás da produção dos panfletos?
Não, não posso me posicionar. Só me posiciono naquilo em que tenho provas e evidências. Prefiro não falar sobre isso.

Quais as diferenças de tratamento do tema aborto nas diferentes religiões?
Ih, meu caro, isso é muito complexo. Agora, na rua... Eu estou na rua, indo para a PUC [para ato de apoio a Dilma, na última terça à noite]. Para entrar nesse detalhe... Eu escrevi um artigo até para a Folha, anos atrás, sobre a questão do aborto. É muito delicado analisar as diferenças. Há nuances. Mesmo dentro da Igreja Católica há diferentes posições sobre quando é que o feto realmente se transforma num ser vivo. Não é uma questão fechada na Igreja. Ainda não há, nem do ponto de vista do papa, uma questão dizendo: o feto é um ser vivo a partir de tal data. É uma questão em discussão, teologicamente inclusive. São Tomás de Aquino dizia que 40 dias depois de engravidar. Isso aí depende muito, é uma questão em aberto.

Em artigo recente na Folha, o sr. disse que conhecia Dilma e que ela é "pessoa de fé cristã, formada na Igreja Católica". O que diria sobre a formação e a religiosidade de Serra?
Eu sou amigo do Serra, de muitos anos, desde a época do movimento estudantil. Nunca soube das suas opções religiosas. Da Dilma sim, porque fui vizinho dela na infância [em Belo Horizonte], estivemos juntos no mesmo cárcere aqui em São Paulo, onde ela participou de celebrações, e também no governo. Não posso de maneira alguma me posicionar em relação ao Serra. Respeito a religiosidade dele.

Se você me perguntasse antes da campanha sobre a posição religiosa do Serra, eu diria: não sei. Mas considero uma pessoa muito sensata, que respeita crenças religiosas, a tolerância religiosa, a liberdade religiosa. Nesse ponto os dois candidatos coincidem.

O que achou do material de campanha de Serra que destaca a frase "Jesus é a verdade e a vida" junto a uma foto do candidato?
Não cheguei a ver e duvido que seja material de campanha dele. Como bom mineiro, fico com pé atrás. Será que é material de campanha, será que é apócrifo?... Agora mesmo estão distribuindo na internet um texto, que me enviou hoje o senador [Eduardo] Suplicy, [intitulado] "13 razões para não votar em Dilma", com a logomarca da Folha, de um artigo que eu teria publicado na Folha, assinado por mim. Não dá para dizer que [o santinho] é da campanha dele.

Mas tem foto dele, o número dele [tem inclusive o CNPJ da coligação]...
Bem, espero que a campanha, o comitê dele desminta isso e, se não desmentir, quem cala, consente.

No mesmo artigo o sr. diz que torturadores praticavam "ateísmo militante". O sr. não respeita quem não crê em Deus?
Meu caro, eu tenho inúmeros amigos ateus. Nenhum deles tirou do contexto essa frase. Com essa pergunta você me permite aclarar uma coisa muito importante: que a pessoa professe ateísmo, tem todo o meu apoio, é um direito dentro de um mundo secularizado, de plena liberdade religiosa.

Agora, a minha concepção de Deus é que Deus se manifesta no ser humano. Então toda vez que alguém viola o ser humano, violenta, oprime, está realizando o ateísmo militante. Ateus que reivindicam o fim dos crucifixos em lugares públicos, o nome de Deus na Constituição --isso não é ateísmo militante, isso é laicismo, que eu apoio. O ateísmo militante para mim é profanar o templo vivo de Deus, que é o ser humano.

Tiraram do contexto, não entenderam...

É que houve queixas de ateus em relação àquele trecho do seu artigo, tido como discriminatório...
Podem ter se sentido ofendidos por não terem percebido isso. Para mim o ateísmo militante é você negar Deus lá onde, na concepção cristã, ele se manifesta, que é no ser humano. Você professar o ateísmo é um direito que eu defendo ardorosamente. Agora, você não pode é chutar a santa, como fez aquele pastor na Record. Ou seja, eu posso ser ateu, como eu sou cristão, mas eu não digo que a fé do muçulmano é um embuste ou que a fé do espírita é uma fantasia. Isso é um desrespeito.

O sr. relatou no artigo que encontrou Dilma no presídio Tiradentes [em São Paulo] e que lá fizeram orações. Como foram esses encontros?
Ela estava presa na ala feminina, eu na ala masculina e, como religioso, eu tinha direito de, aos domingos, passar para a ala feminina para fazer celebrações. E ela participava. O diretor do presídio autorizava isso.

O sr. já comparou o Bolsa Família a uma "esmola permanente"...
[interrompendo] Não, eu não usei essa expressão. Eu sempre falei que o Bolsa Família é um programa assistencialista e o Fome Zero era um programa emancipatório. Nunca chamei de esmola não. Se saiu isso aí, puseram na minha boca.

Deixa eu buscar aqui o contexto exato...
Quero ver o contexto. Dito assim como você falou agora eu não falei isso não.

Vou achar aqui o texto, espera aí.
Bem, mas não importa o que eu disse. Eu te digo agora o seguinte: o Bolsa Família é um programa compensatório e o Fome Zero era um programa emancipatório.

* Você falou o seguinte [numa entrevista à Folha em 2007]: "Até hoje o Bolsa Família não tem porta de saída. O governo inteiro sabe qual é, mas não tem coragem: é a reforma agrária, a única maneira de 11 milhões de famílias passarem a produzir a própria renda e ficarem independentes, emancipadas do poder público. Você não pode fazer política social para manter as pessoas sob uma esmola permanente. Nem por isso considero o Bolsa Família negativo, devo dizer isso. O problema é que não pode se perenizar".*
Ótimo que você pegou o texto, muito bem, é isso mesmo. Veja bem, não vamos tirar de contexto não.

O que o sr. pensa do Bolsa Família hoje?
Isso que eu te falei: é um programa compensatório. Eu gostaria que voltasse o Fome Zero, que tem um caráter emancipatório, tinha porta de saída para as famílias. E o Bolsa Família, embora seja positivo, até hoje não encontrou a porta de saída, o que eu lamento.

O sr. continua a ser um defensor inconteste do regime cubano? Ainda é amigo de Fidel?
Não, veja bem. A sua afirmação... Não põe na minha boca o que você acabou de falar. Eu sou solidário à Revolução Cubana. Eu faço um trabalho em Cuba há muitos anos, de reaproximação da Igreja e do Estado. Estou muito agradecido a Deus e feliz por poder ajudar esse processo, que resultou recentemente na liberação de vários presos políticos.

O sr. participou diretamente desse processo, dessa última libertação?
Indiretamente sim. Mas não é ainda o momento de eu entrar em detalhes.

O sr. acha que essa tendência de abertura do regime é inexorável?
Sim, claro, tem que haver mudanças. Cuba está preocupada em se adaptar. Mas nada disso indica a volta ao capitalismo.

Sobre o desrespeito aos direitos humanos em Cuba, ainda há presos políticos...
Meu caro, ninguém desrespeita mais os direitos humanos no mundo do que os Estados Unidos. E fala-se pouco, lamentavelmente. Basta ver o que os Estados Unidos fazem em Guantánamo.

Cuba ocupa o 51º no Índice de Desenvolvimento Humano da ONU, que é insuspeito. O Brasil, o 75º.

FONTE: www1.folha.uol.com.b

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

As bases do Brasil que nasce

Delúbio Soares

- Na primeira metade do século passado o presidente Getúlio Vargas lançou as bases sólidas para o desenvolvimento nacional. Começou com a garantia dos direitos trabalhistas e sociais para nossos trabalhadores. Em seguida, iniciou a construção da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em Volta Redonda, dotando o país de uma indústria de base fundamental para o nosso progresso. Finalizou seu ciclo virtuoso com a criação da Petrobrás e o indispensável monopólio estatal do petróleo. Em seguida, JK realizaria um brilhante governo com a “marcha para o oeste”, a construção de Brasília e os “50 anos em 5”.

Dos anos 60 até hoje, com o advento do golpe militar de 64, o “Brasil grande” nos anos de chumbo do “ame-o ou deixe-o”, o experimento neoliberal do governo FHC com a privatização danosa de muitas de nossas maiores empresas, os brasileiros viveram de salto em sobressalto, assistindo ora o sucateamento de sua infra-estrutura nacional, ora o afunilamento de seu processo produtivo por falta de uma infra-estrutura maior e mais adequada.

Agora, após os anos vitoriosos do governo Lula, o país deu importantes passos na consolidação de um processo indispensável e vigoroso, qual seja o de dotar-se dos instrumentos necessários para fazer frente à realidade social e econômica que agora vivemos.

Nossos aeroportos estão a cada dia menores, já não atendendo as necessidades de uma sociedade que passou a voar mais, muito mais, lotando aviões e abrigando novas empresas aéreas, por conta da melhor distribuição de renda e de nova realidade salarial, com o acesso das classes “D” e “E” ao transporte aéreo. Sem esquecer-nos dos terminais cargueiros, que já estão a um passo de não dar conta do imenso fluxo de carga tanto nacional quanto internacional que abarrota nosso sistema aeroportuário. Cidades do interior como Maringá, Ribeirão Preto, Juazeiro do Norte ou Uberlândia, passaram a ter movimento aéreo igual a de muitas capitais, fomentando o turismo, as viagens de negócio e o transporte de carga. São vários os aeroportos regionais que se preparam para sediar rotas internacionais. Cidades como Goiânia, capital da sétima economia nacional, carecem urgentemente de solução na questão aeroportuária, com movimento crescente de novos vôos a cada dia e milhares de novos passageiros incorporados ao transporte aéreo. O Brasil corre atrás de suprir tais necessidades, fazendo frente à utilização crescente de nossos terminais de passageiros e de cargas, com a reforma e ampliação dos aeroportos existentes e a construção de novos por todo o território nacional.

Nos portos a situação não é diferente. De Rio Grande, no extremo sul do país, até os terminais de Itaqui, no Maranhão, e nos portos fluviais do Pará e do Amazonas, nunca nossos terminais marítimos jamais tiveram tanta utilização ou experimentaram movimentação de produtos semelhante. Mesmo portos expressivos e bem aparelhados como os de Santos, Paranaguá e os vários terminais de Vitória, no Espírito Santo, experimentam filas de espera de navios, algumas excepcionalmente longas, demonstrando tanto a pujança de nossa economia quanto a necessidade de ampliação da capacidade de nossos portos. Não tenho nenhuma dúvida de que toda e qualquer ampliação, remodelação ou construção na área portuária, será sempre uma solução para tempo relativamente curto, já que o crescimento econômico – aí medido tanto pelas exportações quanto pelas importações – irá sempre determinar mais obras e alentadas realizações.

O governo Lula recuperou a maior parte de nossa malha rodoviária, absolutamente acabada nos anos do governo passado, quando milhares de vidas foram ceifadas em nossas rodovias federais, nossas safras experimentaram perdas, nossos produtores purgaram imensos prejuízos e o transporte de passageiros havia se transformado em algo lento e caro. Ao contrário dos governos do PSDB, que buscam resolver tão delicada equação com a pura e simples privatização das estradas, com a penalização dos usuários com os pedágios mais caros do mundo, o governo Lula preferiu investir na reconstrução de nossas rodovias, melhorando sua segurança, dotando-as de condições de tráfego e as modernizando. Tem sido um trabalho duro e custoso, mas seus primeiros resultados já podem ser sentidos em todo o território nacional. Bem diferente do governo passado, onde famílias choraram seus entes mortos em acidentes pavorosos e a economia amargou perdas imensas por culpa de estradas que não ofereciam a menor condição de tráfego pesado ou escoamento da produção.

Estamos vivendo um país que se defronta com a imensa necessidade de prover o seu crescimento com uma base estrutural que vai desde as estradas aos aeroportos, passando por nossos portos e pela reativação de nossas ferrovias. E nesse item, particularmente, o governo Lula tem sido dos mais vigilantes, com o avanço da ferrovia Norte-Sul e o início das obras da Leste-Oeste, cruzando o território nacional desde o litoral baiano até o interior do meu Estado de Goiás, sem falar nas obras da Transnordestina, cujo traçado rasgará o sertão, disseminando o progresso e criando um novo eixo produtivo numa das regiões mais beneficiadas ao longo dos dois mandatos vitoriosos do presidente Lula.

O trem-bala, ligando o Rio de Janeiro à Campinas, com passagem pelo interior fluminense, Vale do Paraíba e a capital paulistana, será a consolidação do transporte ferroviário como nova opção de transporte em nosso país. O projeto, as fontes de financiamento, os consórcios que se formam para disputar sua construção e operação, são fruto de decisão política e da clarividência do governo Lula e de sua gestão econômica, equilibrada e vitoriosa.

O Brasil que o presidente Lula deixará para a presidenta Dilma é o oposto do Brasil que ele recebeu de FHC. É um país ganhador, confiante, determinado a vencer as poucas barreiras que ainda o separam do primeiro mundo. As bases para o Brasil do futuro, que Getúlio lançou nos anos 40 e 50, Lula as reformulou e concretizou mais de meio século depois. Caberá à Dilma Roussef, gestora competente e visionária, a tarefa de dar o salto qualitativo que experimentamos nos anos douradores do inesquecível JK.

(*) Delúbio Soares é professor

terça-feira, 19 de outubro de 2010

'Dilma não tem medo de nada', diz Chico Buarque - 19/10/2010 - 00h24


ITALO NOGUEIRA
DO RIO

Pego de surpresa, o cantor e compositor Chico Buarque discursou no encontro de artistas e intelectuais em apoio à candidata Dilma Rousseff (PT) no teatro Oi Casa Grande, na zona sul do Rio. Ele sentou ao lado da petista na mesa principal do palco.

"Vim reiterar meu apoio a essa mulher de fibra, que já passou por tudo, e não tem medo de nada. Vai herdar um governo que não corteja os poderosos de sempre. O Brasil é um país que é ouvido em toda parte porque fala de igual para igual com todos. Não fala fino com Washington, nem fala grosso com a Bolívia e o Paraguai".

Ele estava ao lado de Leonardo Boff, enquanto este discursava. Mas ao ser convidado a falar pelo teólogo, disse que esperava apenas ficar ao lado, "que nem papagaio de pirata". Ele foi um dos artistas que assinaram primeiro o manifesto em apoio à petista.

+ NOTÍCIAS SOBRE AS ELEIÇÕES

§ "Não seremos Estados Unidos da América do Sul", diz Dilma

§ Veja a agenda de Dilma e Serra para este terça-feira

§ No Rio, ministro da Saúde diz que aborto 'é um problema de saúde pública'

§ Veja os programas de Dilma e Serra exibidos na noite desta segunda-feira

FONTE FOLHA UOL

Dilma tem 51% das intenções de voto e Serra, 39%, diz Vox Populi - 19/10/2010 - 10h44

DA REUTERS

A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, tem 51% das intenções de voto, contra 39% de seu adversário, José Serra (PSDB), segundo pesquisa Vox Populi divulgada nesta terça-feira pelo portal IG.

De acordo com o Vox Populi, 4% dos entrevistados se declararam indecisos. Na pesquisa anterior do instituto, realizada nos dias 10 e 11 de outubro, Dilma tinha 48%, contra 40% de Serra. Os indecisos somavam 6%.

Se considerados somente os votos válidos --que excluem os brancos, nulos e indecisos--, Dilma tem 57%, contra 43% de Serra. Na sondagem anterior, a petista aparecia com 54% dos válidos, ante 46% do tucano.

O levantamento do Vox Populi analisou ainda o voto religioso. Conforme o instituto, Serra tem 44% das intenções de voto entre o eleitorado evangélico, ante 42% de Dilma. Entre os entrevistados que se declararam ateus, Dilma tem 49%, ante 36% de Serra.

Dilma também aparece à frente de Serra entre os eleitores que se disseram católicos praticantes (54% contra 37%) e não praticantes (55% contra 37%).

O voto religioso foi apontado como um dos fatores que impediram a vitória de Dilma já no primeiro turno da eleição presidencial em 3 de outubro.

O motivo seria uma rejeição dessa classe do eleitorado à suposta posição de Dilma favorável à descriminalização do aborto. Pressionada por setores religiosos, ela assinou uma carta na semana passada se comprometendo a não alterar a legislação existente sobre o aborto.

Segundo o Vox Populi, 89% dos entrevistados declararam estarem decididos sobre em quem votarão no dia 31 de outubro, enquanto 9% afirmaram que ainda podem trocar de candidato. A consolidação é maior entre os eleitores de Dilma, 93%, enquanto entre os de Serra 89% estão decididos.

A pesquisa, realizada entre os dias 15 e 17 de outubro, tem margem de erro de 1,8 ponto percentual, para mais ou para menos. O instituto ouviu 3.000 pessoas para o levantamento, registro no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob o número 36.193/10.

domingo, 17 de outubro de 2010

O tucano Jose Serra, candidato a Presidente do Brasil, jogou toda sua história no lixo.


Na época da ditadura enquanto milhares de jovens lutavam pela liberdade, José Serra foi se exilar no Chile. Dilma, ao contrário, ficou e lutou. Foi presa, sofreu ameaças, dores, torturas e demais atrocidades no cárcere.

Já Serra sofria estava no exterior, diz ele, de saudade. Ainda assim, compactuou com uma atrocidade. Sua esposa, grávida, por dificuldades financeiras, decidiu fazer um aborto, como relata uma ex-aluna sua. Hoje ela acusa Dilma de matar crianças. Mas não foi Mônica quem cometeu este ato, segundo dizem os jornais?

O que eu não consigo entender é como Serra, que também lutou contra a ditadura, tem a coragem de dizer que a Dilma é terrorista e como ele teve a coragem e a desumanidade de trazer ao debate político temas como o aborto, sendo que ele mesmo foi cúmplice de um. Sua história está realmente indo para o lixo.

FONTE BLOG DA DILMA

Dutra diz que pesquisas internas mostram recuperação de Dilma


outubro 17th, 2010 | Autor: Jussara Seixas

BRASÍLIA – Em meio a pesquisas de intenção de voto que mostram um estreitamento da diferença entre os presidenciáveis Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, disse que as pesquisas internas de acompanhamento diário da campanha, encomendadas ao Ibope e Vox Populi, indicam uma retomada do crescimento da candidata petista. Segundo Dutra, esse rastreamento mostrou o pior resultado para Dilma na segunda-feira, quando a diferença com o tucano José Serra caiu para 5 pontos. Nesta sexta-feira, disse, a diferença foi ampliada para 10 pontos.

http://blogdadilma.blog.br/

O padre de Canindé e os vendilhões do templo


Por Nirmal

"Muita confusão durante a missa que José Serra (PSDB) acompanhou em Canindé (120 km de Fortaleza), neste sábado.

O repórter Ítalo Coriolano (O POVO) informou que, durante a missa, o padre Francisco mostrou panfleto com ataques da campanha de Serra a Dilma Rousseff (PT) e criticou a postura. Instaurou-se, então, uma enorme confusão.

Tasso Jereissati (PSDB) foi tomar satisfações com o padre, a quem chamou de petista."

Logo no começo da missa, o padre Francisco, que celebrava a cerimônia, começou a se queixar. Disse que quem estava lá para causar tumulto se retirasse, porque o povo lá estava para ouvir São Francisco, e não políticos.

Serra e Tasso estavam na plateia, em local de destaque.

Já no fim da missa, o padre mostrou panfleto de Serra com críticas a Dilma em temas relativos a religiosidade. E disse que ninguém podia falar em nome da Igreja e que aquela não era a posição da Igreja.

Tasso, que estava na frente, não se conteve e partiu para cima do padre, chamando-o de petista. Foi contido por assessora e por sua mulher, dona Renata.

Do lado de fora, manifestantes tucanos e petistas se enfrentaram.

Jornal O Povo

Por silviort

16/10/2010 - 18h35Visita de Serra a missa no Ceará termina em tumulto

FÁBIO GUIBU
ENVIADO ESPECIAL A CANINDÉ (CE)

Terminou em tumulto a visita do candidato do PSDB à Presidência, José Serra, a uma missa na festa de São Francisco, em Canindé, interior do Ceará, na tarde deste sábado. A festa é o maior evento religioso da cidade.

Havia militantes com bandeiras do PT e de Serra. No final da missa, houve corre-corre e o tucano chegou a ser empurrado, mas não se feriu.

Os ânimos foram inflamados por declarações do frade que celebrou a missa, cujo nome não foi informado.

Ele reclamou da chegada de Serra quando a cerimônia já estava em andamento e declarou, na presença do tucano, que a igreja não autoriza a divulgação de panfletos associando a presidenciável petista Dilma Rousseff à defesa do aborto.

"PROFANAÇÃO"

Quando chegou ao local da festa, Serra foi vaiado por cerca de cem militantes petistas que, segundo a Guarda Municipal, faziam um bandeiraço em frente à catedral.

Ao entrar na missa, em um galpão atrás da catedral, Serra e comitiva sentaram nas primeiras fileiras, provocando uma pequena confusão, o que irritou o frade.

"Gostaria que a missa não fosse tumultuada com os políticos que aqui chegaram, por favor", disse ele.

Durante a missa, o frade disse que não se referia a "A" ou a "B", mas àqueles que estavam conversando. "Se vieram com outra intenção, peço que saiam assim como entraram", disse. "Isso é uma profanação", afirmou.

Perto do fim da missa, o frade exibiu um panfleto que, segundo ele, atacava Dilma. "Acusam a candidata do PT em nome da igreja. Não é verdade", disse o frade.
O plateia aplaudiu. "Não está autorizada essa coisa. A igreja não está autorizando essas coisas", repetiu ele.

No final da missa começaram a chegar ao local militantes com bandeiras de Serra _e foi quando houve o tumulto com a militância petista. Serra não quis comentar as declarações do frade.

Seguranças da igreja não permitiram que a imprensa se aproximasse do religioso.

"TENHO UMA MOLA"

Antes da missa, Serra havia se reunido com políticos locais. "Tenho sofrido nesta campanha ataques, mentiras de profissionais da mentira que nunca imaginei na minha vida", discursou, sem explicar ao que se referia.

"Não fosse a minha vida, meu testemunho que sempre dei de correção na vida pública, eu ficaria abalado. No caso, agora, faço o contrário. Tenho uma mola. No momento que batem, eu subo.

FONTE: http://www.advivo.com.br

Ex-aluna diz que Monica Serra contou ter feito aborto - 16 de outubro de 2010 12:39


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Por Redação Yahoo! Brasil

Reportagem do jornal "Folha de São Paulo", publicada neste sábado (16), afirma que duas ex-alunas da esposa do presidenciável José Serra (PSDB) no curso de dança da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) disseram que ouviram da psicóloga Monica Serra que ela fez um aborto quando estava no exílio com o marido, no Chile. A revelação teria sido feita durante uma aula, em 1992.

Em um evento no Rio de Janeiro, há um mês, Monica teria dito a um evangélico, segundo a Agência Estado, que a candidata Dilma Rousseff (PT), que defendeu a descriminalização do aborto em 2007, é a favor de "matar criancinhas".

No último domingo (10), a bailarina Sheila Canevacci Ribeiro, 37, postou uma mensagem no site Facebook para "deixar a minha indignação pelo posicionamento escorregadio de José Serra" em relação ao tema aborto. Ela escreveu que Serra não respeitava "tantas mulheres, começando pela sua própria mulher. "Com todo respeito que devo a essa minha professora, gostaria de revelar publicamente que muitas de nossas aulas foram regadas a discussões sobre o seu aborto traumático", escreveu Sheila. Procurada pela reportagem da Folha, a bailarina diz que "confirma cem por cento" tudo o que escreveu.

O jornal localizou uma segunda aluna de Monica, que falou sob anonimato. Ela afirma que a psicóloga contou em aula que fez o aborto por causa da ditadura, pois o futuro dela e de José Serra era muito incerto.

A reportagem do jornal afirma que tentou falar com Monica durante dois dias, mas sua assessoria disse que "não havia como responder".

FONTE: http://br.eleicoes.yahoo.net/noticias

panfletos contra Dilma: católicos ou tucanos? Exclusivo: dona da gráfica é do PSDB!

Já passava das 2 da manhã desse domingo. Na porta da gráfica Pana, no Cambuci, um grupo de 50 a 60 pessoas seguia de plantão – para evitar a distribuição dos panfletos ( supostamente encomendados pelo bispo católico de Guarulhos) recheados de mistificação religiosa e de ataques contra a candidata Dilma Rousseff. Mais um capítulo da guerra suja travada nessa que já é a mais imunda eleição presidencial, desde a redemocratização do Brasil.

Na internet, durante a madrugada, outro plantão rolava: tuiteiros, blogueiros e leitores de todo o Brasil buscavam informações sobre os donos da gráfica, e sobre as possíveis conexões deles com o mundo político.

Stanley Burburinho (ele mesmo!) e Carlos Teixeira fizeram o trabalho. Troquei com eles algumas dezenas de mensagens. E essa apuração colaborativa levou à descoberta: uma das sócias da gráfica Pana é filiada ao PSDB, desde 1991!

Trata-se de Arlety Satiko Kobayashi, vinculada ao diretório da Bela Vista - região central de São Paulo. Nenhum problema com a filiação de Arlety ao partido que bem entender. O problema é que a gráfica dela foi usada para imprimir panfletos aparentemente encomendados por um bispo, mas que “coincidentemente”, favorecem ao candidato do partido dela.

Aqui, o contrato social da empresa – onde Arlety Kobayashi aparece como uma das sócias:contrato_social_grafica_pana[1]

E aqui a lista de filados do PSDB, onde ela aparece no diretório zonal da Bela Vista.

Mais um detalhe: Arlety é também funcionária pública, tem cargo na Assembléia Legislativa de São Paulo. E tem um sobrenome com história entre os tucanos: Kobayashi. Paulo Kobayashi ajudou a fundar o partido, ao lado de Covas, foi vereador e deputado por São Paulo.

Arlety aparece como doadora da campanha de Victor Kobayashi ao cargo de vereador, em 2008. Victor concorreu pelo PSDB.

A conexão está clara. Os tucanos precisam explicar:

- por que o panfleto com calúnias contra Dilma foi impresso na gráfica de uma militante do PSDB?

- quem pagou: o bispo de Guarulhos, algum partido, ou a Igreja?

- onde seriam distribuídos os panfletos?

- onde estão os outros milhares de panfletos?

Os panfletos do Cambuci são mais uma prova da conexão nefasta que, nesa eleição, aproximou os tucanos da direita religiosa – jogando no lixo a história de Covas, Montoro e tantos outros que lutaram para criar um partido “moderno”, que renovasse os costumes políticos do país. Serra lançou esse passado no esgoto – e promoveu uma campanha movida a furor religioso.

Mas não é só isso!

Se Arlety Kobayashi (uma tucana) é a responsável pela impressão dos panfletos, na outra ponta quem é o sujeito que encomendou tudo?

O Blog “NaMaria” traz a investigação completa, que aponta Kelmon Luis da S. Souza como o autor da “encomenda”. Ele teria ligações com movimentos integralistas e monarquistas!

O Blog do Nassif , por sua vez, mostra que as conexões poderiam chegar até bem perto de Índio da Costa (DEM), o vice de Serra. Ele, em algum momento, também teve proximidade com monarquistas. Mas esse detalhe ainda não está bem esclarecido.

De toda forma, o círculo se fecha: tucanos, demos e a extrema-direita (católica, integralista ou monarquista). Todos unificados numa barafunda eleitoral que arrastou nomes de bispos para a delegacia, e nomes de políticos para o rol daqueles que apostam na guerra de religiões como arma eleitoral.

Há mais mistérios entre o céu e o Serra do que supõe nossa vã filosofia. Paulo Preto é um deles. A gráfica do Cambuci parece ser outro. Mistérios que não serão decifrados por teólogos, mas por delegados e agentes federais.

É caso de polícia. E não de religião.

FONTE: BLOG DA DILMA

sábado, 16 de outubro de 2010

Gracias a la vida - Delúbio Soares (*)

Por mais de dois meses, nas profundezas de uma mina, sem luz e completamente isolados, um grupo de homens desafiou a morte. Os trinta e dois chilenos e um boliviano, vivendo uma tragédia pessoal, acabaram por escrever uma página das mais belas na história do continente latino-americano.

O Chile, grande país de tradição democrática, após haver purgado duas décadas de feroz ditadura do sanguinário Pinochet, reencontrou-se não faz muito com a liberdade e possui economia das mais sólidas e pujantes. Sua riqueza vem da pesca, da fruticultura, dos vinhos e do cobre. Em todas elas, a mão do homem, a força do trabalhador. E no centro da terra, na escuridão de uma mina, aqueles operários forjavam a grandeza de seu país, contribuindo para a riqueza do Chile e a emancipação dos chilenos.

Que dura é a vida dos que carregam as Nações! São os operários nas fábricas dos cinturões industriais das grandes metrópoles; são os agricultores que tiram da terra o nosso alimento com as próprias mãos; são os mineiros na escuridão dos túneis e na profundeza das escavações insalubres opulentando a Pátria com suas riquezas minerais; são os professores nas salas de aula ensinando gerações, democratizando o alfabeto, parindo destinos; são os comerciários, na lida diária; são os prestadores de serviços, dinamizando o mercado; são os empreendedores, acreditando em sonhos, gerando divisas e empregos.

Mas é da mescla rara dos que correm risco e assumem sacrifícios, dos que aceitam missões e encaram as dificuldades, dos que crêem em seus sonhos e não se intimidam com os desafios - sejam eles quais forem - e as barreiras a serem transpostas, que sai a tinta indelével com a qual se escreve história dos homens e o destino de suas Nações.

O resgate dos mineiros no Chile assume importância singular na história de nossos irmãos andinos, mas, também, realça a união dos latino-americanos e nos deixa a lição de que a solidariedade é instrumento coletivo insuperável, e de que as grandes catástrofes e os acidentes envolvendo a sociedade civil sempre que puseram à prova os nossos povos foram vencidos pela união de todos eles.

Há uma significação imensa no resgate daqueles trabalhadores das profundezas do deserto de Atacama, do coração da terra, a uma profundidade de mais de 700 metros, longe da luz do sol e vivendo a brutal incerteza que os assaltou por mais de dois meses. Resta-nos, da epopéia de trazê-los de volta aos seus familiares e à vida do Chile, a lição de que a união da cidadania e dos governos, a permanente solidariedade de todos, da mobilização de médicos e cientistas, da competência de técnicos e engenheiros, do apoio da imprensa e da opinião pública, o homem será sempre maior que suas misérias e vencerá as tragédias que se abatem por sobre todos nós.

Como os trinta e três sobreviventes das profundas de Atacama, que emergiram da escuridão para a luz em lenta, exitosa e histórica operação de resgate, temos o exemplo de mais de 30 milhões de brasileiros que deixaram a miséria nos últimos 8 anos e conheceram o conforto de casas decentes, escolas bem equipadas, sistema de saúde bastante melhor e o fim da chaga maldita do desemprego. Como aqueles heróis da mina chilena, três dezenas de milhões de cidadãs e cidadãos brasileiros, de jovens e de idosos, de norte a sul do Brasil, viram a luz de uma nova vida refletida em casa, pão e trabalho.

A escuridão não estava somente na profundeza de uma mina perdida em Copiapó, no norte chileno. A escuridão estava em um continente que mergulhou na inflação e no desemprego, que privatizou de forma danosa e irresponsável, de governos neoliberais sem compromissos sociais ou amor ao povo. A escuridão estava em governantes que nos anos 90 prejudicaram a marcha de seus povos para a emancipação social e econômica. Rasgaram Constituições, reformaram legislações para que pudessem se reeleger, doaram o patrimônio público. Foi a década perdida. Ou a década infame. Eram os Menem, os Fujimori, os FHC. Passaram e não deixaram saudades.

Aqueles mineiros simples e sofridos, que voltaram à luz e à vida, que não perderam a esperança e nem de desesperaram, que esperaram a salvação com a força com que a sentileza aguarda a aurora, nos tocam a alma e o coração. Na pátria de Neruda, de O’Higgins, de Violeta Parra, de Gabriela Mistral, de Allende, de tantas tradições libertárias e de imensa riqueza cultural e histórica, eles nos recordaram o exercício da esperança, o dever da resistência e a vitória dos que não se entregam jamais.

(*) Delúbio Soares é professor

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Petista faz comparações entre ações e promessas

QUESTIONAMENTOS

Deixando de lado o tom conciliador adotado nos últimos anos, o líder do Governo na Assembleia, deputado Nelson Martins (PT), foi à tribuna, ontem, tecer críticas ao candidato à Presidência, José Serra (PSDB). O parlamentar citou decisões, tomadas por Serra quando esteve à frente do Governo de São Paulo, que o petista diz terem prejudicado os trabalhadores do Estado.

O pronunciamento de Nelson Martins se seguiu a uma série de outras falas de governistas em defesa da candidata Dilma Rousseff (PT), em resposta a críticas que a petista recebeu, durante grande parte da sessão ordinária, devido ao tema descriminalização do aborto, discutido neste segundo turno.

A intenção do deputado petista era mostrar que, embora José Serra esteja prometendo aumentar o salário mínimo para R$ 600 e conceder reajuste de 10% aos aposentados, o tucano agiu de forma contrária quando governou São Paulo.

De acordo com o deputado petista um ofício circular da Casa Civil do Governo de São Paulo, datado de 2009, documento que o petista exibiu na tribuna, determina que os aumentos salariais dos trabalhadores não podem ser superiores ao índice da inflação.

Medidas

Além disso, outras medidas tomadas pelo tucano à frente do Governo de São Paulo, segundo Nelson Martins, foi suprimir gradualmente ou congelar o adicional por tempo de serviço dos servidores. De acordo com o petista, o Estado paulista só permite qualquer tido de abono se for tirada outra vantagem do profissional e proíbe qualquer discussão ou acordo que envolva Plano de Cargos e Carreiras (PCC).Por fim questionou como o eleitorado poderá confiar na palavra do candidato Serra.
Folha uol

AÇÕES AMBIENTAIS Petista defende plano ambiental de Marina


Dilma diz que concorda com o plano da ex-candidata em defesa do desenvolvimento sustentável da Amazônia

Brasília. Em evento no qual recebeu mais uma vez o apoio informal do PP, a candidata à Presidência, Dilma Rousseff (PT), saiu em defesa do Plano Amazônia Sustentável (PAS), principal legado da senadora Marina Silva (PV) no Ministério do Meio Ambiente. A petista não quis comentar pesquisa divulgada ontem que pela primeira vez aponta empate técnico com o tucano José Serra.

Dilma comentou reportagem do jornal Folha De S. Paulo de quarta-feira, que mostra que o governo pretende rever o PAS, incluindo na nova versão projetos de mineração, defesa e grandes hidrelétricas.

Segundo a candidata, ir contra o PAS assinado por Marina, terceira colocada na disputa presidencial e cobiçado pelos dois candidatos, seria se contradizer. "Não sei bem quais são as medidas até porque a matéria não fala, mas eu participei junto com a Marina. Eu concordo com o plano. Acho que combina duas ações importantíssimas. As bases do plano de desenvolvimento do Amazônia sustentável eu acho que estão absolutamente corretas. Seria uma contradição comigo mesma. Eu ajudei a colaborar, coordenei uma parte", afirmou.

Numa tentativa de demonstrar proximidade com Marina, Dilma disse que seu programa para a área de meio ambiente vai ser pautado pela políticas desenvolvidas ao longo do governo Lula.

"Eu tenho uma coisa a declarar: o meu programa de meio ambiente é o desenvolvido pelo governo nos últimos anos, com aquela base, mas vamos ter que avançar mais", ressaltou.

Dilma negou que tenha tido "divergências" com Marina no governo. "Em relação a questão de divergências é melhor perguntar para a ministra Marina. Eu acredito que nessa área da Amazônia não houve divergência. Pelo menos, não que eu conheça", assegurou a candidata petista.

FONTE DIÁRIO

PELA VIDA´ Religiosos fazem manifesto pró-PT

PELA VIDA´ Religiosos fazem manifesto pró-PT


Documento afirma que "um candidato religioso não será necessariamente um governante justo"

Rio de Janeiro. Encabeçado por sete bispos, entre eles d. Thomas Balduíno, bispo emérito de Goiás Velho (GO) e presidente honorário da Comissão Pastoral da Terra (CPT), foi divulgado ontem um manifesto de "cristãos e cristãs evangélicos e católicos em favor da vida e da vida em abundância", que contava com mais de 300 adesões de religiosos e fiéis.

O documento será entregue à presidenciável Dilma Rousseff (PT) segunda-feira, no Rio, no Teatro Casa Grande, na mesma cerimônia em que ela receberá apoio de intelectuais e artistas.

Os adeptos do documento rechaçam que "se use da fé para condenar alguma candidatura" e dizem que fazem a declaração de voto "como cristãos, ligando nossa fé à vida concreta, a partir de uma análise social e política da realidade e não apenas por motivos religiosos ou doutrinais". O texto diz que, "para o projeto de um Brasil justo e igualitário", a eleição de Dilma "representará um passo maior do que a eventualidade de uma vitória do Serra".

O documento recebeu o apoio dos bispos Demétrio Valentini (Jales, SP); Luiz Eccel (Caçador, SC); Antônio Possamai, (emérito de Rondônia); d. Pedro Casaldáliga (emérito de São Félix do Araguaia, MT), além de Xavier Gilles e Sebastião Lima Duarte, emérito e diocesano de Viana (MA). Também assinam o manifesto dezenas de padres e religiosos católicos (entre eles, Frei Betto), pastores Evangélicos, o monge Joshin, da Comunidade Zen Budista (SP), o teólogo Leonardo Boff, o antropólogo Otávio Velho e a professora da USP Maria Victoria Benevides.

O texto traz referência velada a casos de pedofilia nas igrejas para afastar a exigência de candidatos comprometidos com religiões. "Ter um candidato religioso não é necessariamente parâmetro para se ter um governante justo", afirma ainda o manifesto.




FONTE DIÁRIO DO NORDESTE

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Pedro Bial defende Dilma das boatarias e mentiras do Zé Serra

Pedro Bial defende Dilma das boatarias e mentiras do Zé Serra?

Por Pedro Bial. Escolha em votar entre uma guerreira da Democracia e um Fujão!

O Hino Nacional diz em alto e bom tom (ou som, como preferir) que um filho seu não foge à luta. Tanto Serra como Dilma eram militantes estudantis, em 1964, quando os militares, teimosos e arrogantes, resolveram dar o mais besta dos golpes militares da desgraçada história brasileira. Com alguns tanques nas ruas, muitas lideranças, covardes, medrosas e incapazes de compreender o momento histórico brasileiro, colocaram o rabinho entre as pernas e foram para o Chile, França, Canadá, Holanda. Viveram o status de exilado político durante longos 16 anos, em plena mordomia, inclusive com polpudos salários. Foi nas belas praias do Chile, que José Serra conheceu a sua esposa, Mônica Allende Serra, chilena.


Outras lideranças não fugiram da luta e obedeceram ao que está escrito em nosso Hino Nacional. Verdadeiros heróis, que pagaram com suas próprias vidas, sofreram prisões e torturas infindáveis, realizaram lutas corajosas para que, hoje, possamos viver em democracia plena, votar livremente, ter liberdade de imprensa.


Nesse grupo está Dilma Rousseff. Uma lutadora, fiel guerreira da solidariedade e da democracia. Foi presa e torturada. Não matou ninguém, ao contrário do que informa vários e-mails clandestinos que circulam Brasil afora.


Não sou partidário nem filiado a partido político. Mas sou eleitor. Somente por estes fatos, José Serra fujão, e Dilma Rousseff guerreira, já me bastam para definir o voto na eleição presidencial de 2010. Detesto fujões, detesto covardes!

Pedro Bial, jornalista.

EXTRAIDO DE http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20101006103924AAeC9S8