quinta-feira, 30 de setembro de 2010

A mídia comercial em guerra Por Leonado Boff* 29/09/2010

Sou profundamente a favor da liberdade de expressão, em nome da qual fui punido com o “silêncio obsequioso”pelas autoridades do Vaticano. Sob risco de ser preso e torturado, ajudei a editora Vozes a publicar corajosamente o “Brasil Nunca Mais” onde se denunciavam as torturas, usando exclusivamente fontes militares, o que acelerou a queda do regime autoritário.


Esta história de vida me avaliza a fazer as críticas que ora faço ao atual enfrentamento entre o presidente Lula e a midia comercial, que reclama ser tolhida em sua liberdade. O que está ocorrendo já não é um enfrentamento de idéias e de interpretações e o uso legítimo da liberdade da imprensa. Está havendo um abuso da liberdade de imprensa que, na previsão de uma derrota eleitoral, decidiu mover uma guerra acirrada contra o presidente e a candidata Dilma Rousseff. Nessa guerra vale tudo: o factóide, a ocultação de fatos, a distorção e a mentira direta.

Precisamos dar o nome a esta mídia comercial. São famílias que, quando vêem seus interesses comerciais e ideológicos contrariados, se comportam como famiglia mafiosa. São donos privados que pretendem falar para todo o Brasil e manter sob tutela a assim chamada opinião pública. São os donos do Estado de São Paulo, da Folha de São Paulo, de O Globo, da revista Veja, na qual se instalou a razão cínica e o que há de mais falso e chulo da imprensa brasileira. Estes estão a serviço de um bloco histórico, assentado sobre o capital que sempre explorou o povo e que não aceita um presidente que vem deste povo. Mais que informar e fornecer material para a discussão pública, pois essa é a missão da imprensa, esta mídia empresarial se comporta como um feroz partido de oposição.

Na sua fúria, quase desesperados e inapelavelmente derrotados, seus donos, editorialistas e analistas não têm o mínimo respeito devido à mais alta autoridade do pais, ao presidente Lula. Nele vêem apenas um peão a ser tratado com o chicote da palavra que humilha.

Mas há um fato que eles não conseguem digerir em seu estômago elitista. Custa-lhes aceitar que um operário, nordestino, sobrevivente da grande tribulação dos filhos da pobreza, chegasse a ser presidente. Este lugar, a Presidência, assim pensam, cabe a eles, os ilustrados, os articulados com o mundo, embora não consigam se livrar do complexo de vira-latas, pois se sentem meramente menores e associados ao grande jogo mundial. Para eles, o lugar do peão é na fábrica, produzindo.

Como o mostrou o grande historiador José Honório Rodrigues (Conciliação e Reforma) “a maioria dominante, conservadora ou liberal, foi sempre alienada, antiprogresssita, antinacional e nãocontemporânea. A liderança nunca se reconciliou com o povo. Nunca viu nele uma criatura de Deus, nunca o reconheceu, pois gostaria que ele fosse o que não é. Nunca viu suas virtudes nem admirou seus serviços ao país, chamou-o de tudo, Jeca Tatu, negou seus direitos, arrasou sua vida e logo que o viu crescer ela lhe negou, pouco a pouco, sua aprovação, conspirou para colocá-lo de novo na periferia, no lugar que contiua achando que lhe pertence (p.16)”.

Pois esse é o sentido da guerra que movem contra Lula. É uma guerra contra os pobres que estão se libertando. Eles não temem o pobre submisso. Eles têm pavor do pobre que pensa, que fala, que progride e que faz uma trajetória ascedente como Lula. Trata-se, como se depreende, de uma questão de classe. Os de baixo devem ficar em baixo. Ocorre que alguém de baixo chegou lá em cima. Tornou-se o presidente de todos os brasileiros. Isso para eles é simplesmente intolerável.

Os donos e seus aliados ideológicos perderam o pulso da história. Não se deram conta de que o Brasil mudou. Surgiram redes de movimentos sociais organizados, de onde vêm Lula e tantas outras lideranças. Não há mais lugar para coronéis e de “fazedores de cabeça” do povo. Quando Lula afirmou que “a opinião pública somos nós”, frase tão distorcida por essa midia raivosa, quis enfatizar que o povo organizado e consciente arrebatou a pretensão da midia comercial de ser a formadora e a porta-voz exclusiva da opinião pública. Ela tem que renunciar à ditadura da palavra escrita, falada e televisionada e disputar com outras fontes de informação e de opinião.

O povo, cansado de ser governado pelas classes dominantes, resolveu votar em si mesmo. Votou em Lula como o seu representante. Uma vez no governo, operou uma revolução conceptual, inaceitável para elas. O Estado não se fez inimigo do povo, mas o indutor de mudanças profundas que beneficiaram mais de 30 milhões de brasileiros. De miseráveis se fizeram pobres laboriosos, de pobres laboriosos se fizeram classe média baixa e de classe média baixa de fizeram classe média. Começaram a comer, a ter luz em casa, a poder mandar seus filhos para a escola, a ganhar mais salário, em fim, a melhorar de vida.

Outro conceito inovador foi o desenvolvimento com inclusão social e distribuição de renda. Antes, havia apenas desenvolvimento/crescimento, que beneficiava aos já beneficiados à custa das massas destituidas e com salários de fome. Agora, ocorreu visível mobilização de classes, gerando satisfação das grandes maiorias e a esperança que tudo ainda pode ficar melhor. Concedemos que no governo atual há um déficit de consciência e de práticas ecológicas. Mas importa reconhecer que Lula foi fiel à sua promessa de fazer amplas políticas públicas na direção dos mais marginalizados.

O que a grande maioria almeja é manter a continuidade deste processo de melhora e de mudança. Ora, esta continuidade é perigosa para a mídia comercial que assiste, assustada, o fortalecimento da soberania popular que se torna crítica, não mais manipulável e com vontade de ser ator dessa nova história democrática do Brasil. Vai ser uma democracia cada vez mais participativa e não apenas delegatícia. Esta abria amplo espaço à corrupção das elites e dava preponderância aos interesses das classes opulentas e ao seu braço ideológico, que é a mídia comercial. A democracia participativa escuta os movimentos sociais, faz do Movimento dos Sem Terra (MST), odiado especialmente pela Veja (que faz questão de não ver…), protagonista de mudanças sociais não somente com referência à terra mas também ao modelo econômico e às formas cooperativas de produção.

O que está em jogo neste enfrentamento entre a midia comercial e Lula/Dilma é a questão: que Brasil queremos? Aquele injusto, neocolonial, neoglobalizado e no fundo, retrógrado e velhista? Ou o Brasil novo com sujeitos históricos novos, antes sempre mantidos à margem e agora despontando com energias novas, para construir um Brasil que ainda nunca tínhamos visto antes.

Esse Brasil é combatido na pessoa do presidente Lula e da candidata Dilma. Mas estes representam o que deve ser. E o que deve ser tem força. Irão triunfar a despeito das má vontade deste setor endurecido da midia comercial e empresarial. A vitória de Dilma dará solidez a este caminho novo ansiado e construído com suor e sangue por tantas gerações de brasileiros.

*Leonardo Boff é teólogo, filósofo, escritor e representante da Iniciativa Internacional da Carta da Terra.

FONTE: ENVOLVERDE

domingo, 26 de setembro de 2010

FHC admite eleição de Dilma e diz que isso fará país se desenvolver mais lentamente - 25/09/2010 - 16h21

Em entrevista ao jornal britânico "Financial Times", o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso admitiu a possibilidade de Dilma Rousseff (PT) ser eleita presidente.

O repórter Jonathan Wheatley relata em seu texto que sugeriu, em entrevista há cerca de duas semanas e meia, que já se sabia quem seria eleito. FHC apenas respondeu "sim".

"Isso vai nos impedir de desenvolver mais rapidamente. Mas isso não vai levar o Brasil para trás. A sociedade é muito forte para isso", completou o ex-presidente, ao ser questionado o que isso significaria.

FHC também criticou a forma como o PSDB fez oposição ao governo. "A oposição entendeu errado. Nós permitimos a mitificação de Lula. Mas Lula não é um revolucionário. Ele veio da classe trabalhadora e se comporta como se fizesse parte da velha elite conservadora."

Para o ex-presidente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva parou as reformas necessárias. "De certa forma, Lula tem anestesiado o Brasil. Nós esquecemos que o Brasil precisa continuar avançando. O que eu consegui fazer levou o país para frente. Mas então isso parou. Apenas parou."

Segundo FHC, Lula será lembrado como um Lech Walesa que deu certo. Sindicalista, Walesa foi presidente da Polônia de 1990 a 1995.

"Acho que ele será lembrado pelo crescimento e pela continuidade, e por colocar mais ênfase nos gastos sociais."

FONTE FOLHA. COM

Promotor quer fazer teste de leitura e escrita com Tiririca


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DE SÃO PAULO

O promotor Maurício Antonio Ribeiro Lopes, da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, pediu neste sábado autorização da Justiça Eleitoral para fazer um teste de escrita e leitura com o candidato a deputado federal Francisco Everardo Oliveira Silva, o palhaço Tiririca (PR).

"Existe uma suspeita séria de que esse homem é analfabeto. É preciso saber se ele tem condição de ser candidato", afirmou o promotor.


Lopes quer que Tiririca passe pelo exame na segunda-feira. Se a Justiça determinar, o candidato terá que fazer um ditado e uma leitura de um trecho da Constituição.

A lei eleitoral permite o voto dos analfabetos, mas proíbe a candidatura deles.

A suspeita do promotor acontece depois de reportagem da revista "Época" mostrar indícios de que Tiririca é analfabeto.

Para a revista, o humorista Ciro Botelho --que escreveu o livro "As piadas fantárdigas do Tiririca"-- afirmou que o candidato não sabe ler ou escrever. A reportagem também descreve situações em que o candidato mostra dificuldade de leitura.

O promotor contou que foi hoje ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de São Paulo pessoalmente, mas não encontrou juízes para aceitar o pedido.

Quando se registrou, Tiririca apresentou uma carta afirmando que sabe ler e escrever.

CARTILHAS

O promotor também disse que vai protocolar um pedido contra um polêmico gibi distribuído pela campanha de Tiririca.

Para ele, o gibi pode ser considerado brinde porque é distribuído preferencialmente para crianças.

"Se a revista for propaganda, é uma coisa. Se ela for considerada um brinde, é outra coisa."

Na publicação, que leva na capa a sigla de seu partido, o PR, cada frase séria com ideias do candidato vem acompanhada de uma piada.

Na página que leva o texto "os idosos, que tanto trabalharam pelo Brasil, não foram esquecidos por Tiririca", o humorista aparece abraçado a um casal de velhinhos e afirma, em um balão: "Essa véia ainda dá um caldo".

FALSIDADE IDEOLÓGICA

O pedido do exame não é o primeiro que o promotor Maurício Antonio Ribeiro Lopes faz contra Tiririca.

No dia 20, ele denunciou o palhaço por falsidade ideológica, que foi recebida pela Justiça.

Em entrevista concedida à revista "Veja", o humorista afirmou que declarou ao TSE não possuir bens, pois teria colocado todo o seu patrimônio em nome de terceiros, depois de responder a processos de sua ex-mulher.

O promotor pediu a quebra dos sigilos fiscal e bancário de Tiririca, assim como cópias de processos contra ele que tramitam em segredo de Justiça no Ceará.

Pela mesma entrevista e pelo mesmo motivo, a Procuradoria Regional Eleitoral em São Paulo --órgão do Ministério Público Federal-- encaminhou ofício à Justiça Eleitoral no último dia 10 para adoção das medidas cabíveis contra possível crime eleitoral cometido por Tiririca.

Procuradoria

As reclamações do promotor contra Tiririca já obrigaram a Procuradoria a soltar uma nota para dizer que o slogan "pior do que está não fica" não pode ser considerado crime eleitoral.

No texto, a procuradoria lembrou que o promotor não tem atribuição de impugnar candidaturas ou tratar de propaganda irregular.

Para Lopes, a propaganda do candidato é irregular por passar mensagens subliminares. Ele também disse que Tiririca não poderia aparecer no horário eleitoral gratuito vestido de palhaço.

O promotor ainda critica o fato da Procuradoria não ter dado atenção aos seus pedidos.

Até o momento o candidato não foi encontrado para comentar o pedido do promotor.

Esperança e amor vencem ódio, repete Dilma - 25/09/2010 - 17h54

FELIPE CARUSO

DO RIO

A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, reforçou hoje (25) no Rio a mensagem da "esperança contra o ódio" que lançou ontem (24) durante comício em Porto Alegre.

"Em 2002, nós usamos a seguinte expressão: a esperança venceu o medo. Agora, nós usamos uma outra: a esperança e amor pelo povo brasileiro", disse Dilma, ao visitar o elevador construído com recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) no complexo do Cantagalo/Pavão-Pavãozinho, na zona sul do Rio.

Ela estava acompanhada do governador Sérgio Cabral (PMDB), candidato à reeleição.

"Acho que ódio é que nem droga. Quem entra no ódio entra fácil. Agora sair dele é que é difícil. Eu não entro", afirmou a candidata, dizendo-se comprometida com uma campanha "propositiva".

O bordão "a esperança venceu o medo" foi adotado por marqueteiros de Lula, em 2002, em resposta a um depoimento da atriz Regina Duarte, levado ao ar pela campanha do então candidato José Serra (PSDB).

Ontem, a campanha de Dilma entrou com uma representação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para retirar do YouTube vídeo tucano que compara os petistas a cães da raça rottweiler.

PESQUISAS
Sobre as pesquisas de intenção de voto, que a mostram na liderança, mas com diferença menor em relação à soma dos adversários, a candidata petista disse que os números estão "dentro da margem de erro".

A última pesquisa Datafolha sobre a eleição presidencial, divulgada no dia 22, mostra Dilma com 49% (tinha 51% antes); Serra (PSDB) com 28% (tinha 27%) e Marina (PV) com 13% (tinha 11%).

A variação dos candidatos individualmente ficou na margem de erro da pesquisa (dois pontos percentuais), mas a diferença da petista para a soma dos demais caiu de 12 para 7 pontos. Mesmo assim, ela ainda venceria as eleições no primeiro turno, com 54% (excluídos brancos e nulos).

Dilma e Cabral subiram pelo elevador e visitaram o mirante sobre o elevador que dá acesso à favela do Cantagalo. Eles conversaram com moradores, mas não chegaram a caminhar pelo local. A petista está com um pé imobilizado por uma bota ortopédica, após uma queda no dia 13, e Cabral caminha com o auxílio de uma muleta em razão de uma operação no joelho, em agosto.

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§ Na TV, Dilma comemora capitalização da Petrobras; Serra reafirma reajustes

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FONTE: Folha. Com

Notícias do Crato

Prefeitura fará reassentamento com construção de conjunto habitacional de R$ 1,5 milhão

O Crato será beneficiado com o Conjunto Habitacional Muriti, para o reassentamento das famílias transferidas da área de risco do Seminário para o local. O investimento para a construção das novas moradias será de R$ 1,5 milhão. Segundo o Secretário de Infraestrutura do Município, José Muniz, a previsão de início da obra é em outubro próximo. Serão construídas 80 casas, beneficiando as famílias. Projetos voltados para conter o déficit habitacional no município têm sido uma das prioridades do Prefeito Samuel Araripe, que vem atuando nesse sentido, em busca de verbas para o financiamento de novas casas. Várias empresas voltadas para esse segmento já foram contatadas no intuito de assumirem as propostas. Com isso, são mais famílias convivendo em áreas dotadas de infraestrutura, oferecendo uma melhor e mais segura condição de moradia.

Plano Municipal de fortalecimento de políticas para crianças e adolescentes está sendo elaborado em Crato

O I
Fórum Comunitário do Selo Unicef - Edição 2009-2012, realizado recentemente em Crato serviu para debater as políticas públicas voltadas para crianças e adolescentes do município. Esse trabalho será complementado, por meio de um Plano Municipal, conforme o que foi questionado no fórum. Segundo a articuladora do Selo no Município, Aline Franca, esse Plano vai nortear as ações do município até 2012, ano em que o Crato poderá receber o reconhecimento e conquista do Selo Unicef. Essas propostas serão apresentadas nas diversas instâncias da sociedade, incluindo entidades que atuam com ações voltadas para esse público infanto-juvenil, como o Selo Unicef, Conselho Tutelar, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), além da Câmara Municipal. “Essa será uma forma de repassarmos para a sociedade todos esses pontos que foram levantados, e também as ações que já estão sendo desenvolvidas no sentido do fortalecimento das políticas públicas e projetos delineados na área da infância e adolescência”.

Secretaria da Cultura do Crato é premiada em Edital

Um
projeto desenvolvido pela Secretaria da Cultura, Esporte e Juventude do Crato e realizado pelo Núcleo de Projetos Socio-Culturais Casa Harmônica foi premiado em 10º lugar no Edital Prêmio Mais Cultura de Pontinhos de Cultura do Ceará, promovido pela Secretaria de Cultura do Estado. A Secretaria de Cultura do Crato foi contemplada com esse prêmio pelas ações desenvolvidas nos projetos sócio culturais, AABB Comunidade, Crato Kidança, Crateando, Criarte, Escola de Música Maestro Azul-EMMA, Amigos da Leitura, Bola na Rede e Doce Natal.

Ao todo foram premiados 50 projetos no interior e na Capital. No Crato juntamente com a Secretaria de Cultura a ONG Verde Vida, localizada no distrito de Ponta da Serra também obteve aprovação no edital. No Crato, ações de cultura são desenvolvidas de maneira dinâmica e fortalecedora, comprovando o compromisso do Governo Municipal para com a tradição e a evolução cultural. Valorizando, investindo e assim promovendo inclusão social e educação.

Secretária de Ação Social do Crato realiza reunião para instituir questões administrativas


A Secretária Municipal de Assistência Social, Liduina Andrade realizou no ultimo dia 20, uma reunião extraordinária onde juntamente com a Presidência do Conselho Municipal de Assistência Social e os conselheiros discutiram temas relacionados a compra de fardamento para o ProJovem Adolescente, bem como a obtenção de equipamentos instrucionais para a Secretaria. Ainda na ocasião foi elaborado um calendário de ações a serem desenvolvidas para as comemorações da semana da criança e a semana do idoso.

CRAS Seminário realiza capacitação e insere no mercado de trabalho

O Governo Municipal do Crato por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social - SEMAS está realizando no centro de referencia de assistência social - CRAS do bairro Seminário um curso de auxiliar de serviços gerais ministrado pela coordenadora da casa de acolhimento Rita de Cassia Monteiro. O curso que começou no último dia 16 de agosto indo até 1º. de outubro, é realizado de segunda a sexta de 13 às 17 horas com uma carga horária total de 120 horas. A capacitação em auxiliar de serviços gerais conta atualmente com a participação 19 senhoras que já estão inseridas no mercado de trabalho como estagiárias em vários setores do mercado, dentre eles, escritórios de contabilidade, restaurantes e hospitais.

Com informações da ASCOM - PMC
Mais informações:
http://www.crato.ce.gov.br
http://www.prefeituramunicipaldocrato.blogspot.com

Dilma tem 50% das intenções de voto e Serra está com 28%, segundo Ibope 24/09/2010 - 20h35

Pesquisa Ibope divulgada nesta sexta-feira mostra que a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, lidera com 50% das intenções de voto, enquanto José Serra (PSDB) está com 28% e Marina Silva (PV), 12%.

No levantamento anterior, feito entre os dias 14 e 16 de setembro, a petista estava com 51% das intenções, o tucano com 25% e a verde com 11%.

A pesquisa, feita do dia 21 a 23, Dilma teria 55% dos votos válidos, Serra, 31%, e Marina, 13%.

Os outros candidatos --José Maria Eymael (PSDC), Ivan Pinheiro (PCB), Levy Fidelix (PRTB), Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) e Rui Costa Pimenta (PCO) -- não pontuaram.

Em um eventual segundo turno, Dilma alcançaria 54% dos votos contra 32% de Serra. Nesse cenário, 7% se declararam indecisos e 7% afirmaram que pretendem votar em branco ou nulo.

Para 80% dos entrevistados, o governo Lula está sendo bom ou ótimo, enquanto 15% avaliam seu governo como regular e 4% como ruim ou péssimo.

Foram ouvidos 3010 leitores em 202 municípios. A margem de erro é de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos. A pesquisa encomendada pela TV Globo e jornal "O Estado de S. Paulo" está registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com o número 31.689/2010.

FONTE: www1.folha.uol.com.b

domingo, 19 de setembro de 2010

Romário e Tiririca estão entre os favoritos para o Congresso, diz Datafolha

19/09/2010 - 14h34

São Paulo, 19 set (EFE).- Se as eleições fossem hoje, Romário e Tiririca conseguiriam uma vaga na Câmara dos Deputados, constata uma pesquisa divulgada hoje pelo Instituto Datafolha.

Segundo a pesquisa, o ex-jogador conta com o apoio de 115 mil eleitores, cerca de 1% dos votos no estado do Rio de Janeiro e suficientes para uma vaga como deputado federal.

Estreante na política como candidato do PSB, Romário iguala no potencial número de votos com o popular apresentador de televisão carioca Wagner Montes, do PDT.

Tiririca, do PR, teria 3% dos 30 milhões de votos no estado de São Paulo. Com os 900 mil votos, seria eleito o deputado federal com o segundo maior apoio na história democrática do país, ficando atrás apenas do falecido deputado Enéas, quem nas eleições de 2002 registrou 1,5 milhão de votos.

"Vote no Tiririca, pior do que 'tá' não fica" é o slogan do palhaço, que diz não saber o que faz na verdade um deputado federal. Ele se tornou símbolo do chamado "voto de protesto", especialmente com o apoio dos jovens entre 16 e 18 anos, que votarão pela primeira vez.

O fenômeno Tiririca contagiou também os internautas, pois desde 15 de agosto, segundo o buscador Google, o nome do palhaço foi mais consultado que o dos presidenciáveis Dilma Rousseff, José Serra e Marina Silva.

Por sua vez, o ex-boxeador Maguila, candidato a deputado pelo PTN, usa luvas de boxe em sua propaganda eleitoral e bate num saco de areia com a imagem de Tiririca impressa, dizendo "Chega de palhaçada, política é coisa séria".

Do mesmo partido de Tiririca, o ex-governador fluminense Anthony Garotinho lidera as intenções de voto para a Câmara dos Deputados no estado do Rio, com 2% dos votos - correspondentes a 230 mil votos.

Outro atleta que tem grandes chances de ser eleito ao Congresso é o ex-goleiro Danrlei, campeão da Copa Libertadores de 1995 com o Grêmio. Candidato a deputado federal pelo Rio Grande do Sul, ele conta com 1% das intenções de voto, equivalente a 80 mil votos.

FONTE: NOTÍCIAS DA UOL

Mesário deve exigir documento e título do eleitor que for votar 16.09.2010

O eleitor que não apresentar o título e um documento oficial com foto não poderá votar este ano. Os juízes eleitorais estão sendo orientados para não flexibilizarem as exigências da Lei das Eleições e das instruções do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Circular conjunta do presidente do TRE, desembargador Luiz Gerardo de Pontes Brígido, e da corregedora regional eleitoral em exercício, desembargadora Edite Bringel Olinda Alencar, foi dirigida a todos os juízes eleitorais do Estado do Ceará determinando a fiel execução da exigência referente à documentação que o eleitor deve apresentar no ato de votar.

Os membros das mesas receptoras de votos, portanto, são obrigados a exigir de cada eleitor a apresentação do título e de um documento oficial com foto. Os documentos que podem ser utilizados para identificação do eleitor são: carteira de identidade ou documento de valor legal equivalente (identidades funcionais); certificado de reservista; carteira de trabalho; carteira nacional de habilitação com foto e passaporte.

Para facilitar a expedição da segunda via ou reimpressão do título a Justiça Eleitoral está atendendo o público inclusive nos fins de semana, sábado e domingo. No interior o atendimento é feito na sede do cartório eleitoral e na capital em três pontos diferentes de segunda a sexta-feira, sendo que dois deles ficarão abertos no fim de semana.

O eleitor pode obter a segunda via ou reimpressão do título, de segunda a sexta-feira, das 9 às 15 horas, na Casa da Justiça e Cidadania, que funciona na sede do Fórum Autran Nunes, Avenida Duque de Caxias, nº 1150, Centro.

Também atendem, das 8 às 17 horas, inclusive sábado e domingo, a Central de Atendimento ao Eleitor, localizada na Avenida Almirante Barroso, nº 601, Praia de Iracema e a Unidade Móvel do TRE, instalada na Cidade da Criança – Centro.

Essas duas unidades estão atendendo uma média de 1.500 pessoas por dia. Para tirar a segunda via do título o eleitor deve apresentar um documento oficial com foto e cópia. O atendimento será encerrado no próximo dia 23.

Partidos recebem recursos da União


Os recursos do Orçamento da União para o Fundo Partidário praticamente dobraram nos últimos 10 anos, passando de R$ 84.111.132,00 em 2001 para R$ 160.425.649,00 em 2010, sem contar com os valores oriundos de multas eleitorais. Este ano, somente da parte referente aos duodécimos, até o mês de agosto, foram liberados R$ 106.950.432,64 para os partidos políticos, o que corresponde a 66,67%.

Nos últimos 10 anos houve redução no repasse da União para o Fundo partidário de 2001 para 2002, de 2003 para 2004 e de 2004 para 2005. De 2001 para 2002 a redução registrada foi da ordem de R$ 505.622,00. De 2003 para 2004 a diferença foi de R$ 1.172.917,00 e de 2004 para 2005 o montante reduzido foi da ordem de R$ 2.164.952,00.

O Fundo Partidário é composto por recursos oriundos da dotação do Orçamento da União e das multas eleitorais. Os valores citados se referem apenas a parte fixa, repassada em quotas iguais, denominadas de duodécimos. A distribuição com os partidos políticos obedece aos critérios definidos na Lei nº 11.459 de 21 de março de 2007.

As bancadas com maior número de deputados federais recebem mais recursos, como acontece com o tempo da propaganda eleitoral gratuita.

Fonte : Diário do Nordeste

O BRASIL VIVE A SUA PRIMAVERA

Delúbio Soares (*)

A paisagem calcinada do cerrado goiano, em pleno planalto central do país, oferece imagem impressionante. Há meses não chove por aqui, o verde não é mais do que uma recordação longínqua e a vegetação exibe cor acinzentada e tristonha. Mas é chegada a primavera, que se manifesta na florada do ipê que, como por um milagre da natureza, insiste em desafiar a seca e teima em colorir a paisagem com um amarelo escandalosamente belo. Não é paixão de matuto goiano, nem de filho que declaradamente ama a sua terra natal, mas a constatação de que o entardecer do centro-oeste é coisa das mais lindas e a primeira chuva trará de novo o verde para compor um cenário deslumbrante.

Antes que chegasse como a mais bela estação da natureza, a primavera chegou como estado de espírito ao coração dos brasileiros. Estamos vivenciando situações que de há muito não eram experimentadas. Nossa auto-estima foi recuperada e o sentido da nacionalidade e da soberania, os valores resgatados da cidadania, o orgulho de ser brasileiros, a crença no futuro de nosso país, deixaram de ser utopias e vivem entre nós. O Brasil vive a sua primavera.

Faz parte de um passado nada saudoso o lamentar e a decepção, o sentimento de orfandade em relação aos poderes públicos e os governos descomprometidos com as necessidades da população. Nunca houve, jamais, em tempo algum, em toda a nossa história, um governo que estivesse tão comprometido com o povo brasileiro e que dele recebesse um apoio tão maciço, tão decidido e tão consagrador, como o do presidente Lula. Nessa fase dourada da história nacional, existe um governo conectado com o sentimento que brota do coração das massas e das aspirações mais profundas de nossa gente. Talvez seja essa a explicação mais plausível para o sucesso de uma administração que operou transformações estruturais que mudaram o Brasil para muito melhor.

No inverno de FHC e Serra, o salário mínimo era de R$ 200,00. Na primavera de Lula e Dilma ele é de R$ 510,00! O salário mínimo daqueles tempos infames era de US$ 64,00, hoje é de US$ 300,00! Naqueles tempos duros e difíceis, onde o desemprego corroia a estrutural social e a base familiar, os tucanos não conseguiram gerar senão menos de 780 mil empregos em oito longos anos. Em menos de sete anos, o governo do presidente Lula criou as condições econômicas necessárias para que 14 milhões de novas vagas fossem criadas, assinando as carteiras de trabalho dessa imensa legião de trabalhadores brasileiros.

O desemprego assaltava os lares e destruía o país, atingindo quase 11% nos anos do tucanato. Hoje ele é pouco mais de 6% e a cada mês apresenta índices decrescentes, com a criação de milhares de novos empregos em todas as faixas salariais, em todas as profissões, em todas as regiões e Estados. A imagem deprimente das filas de cidadãs e cidadãos em busca das poucas vagas que se ofereciam, virando quarteirões e recordando a insensibilidade social do governo de então, é retrato de um tempo passado que ficou em nossas retinas e memórias, mas não mais faz parte de nossa realidade.

Operou-se uma revolução silenciosa e pacífica, que mudou drasticamente a vida nacional, tirando da linha da pobreza mais de 27 milhões de brasileiros! Hoje são irmãos nossos que ingressaram na classe média, desfrutam de mais qualidade de vida, consomem mais e melhor, tem acesso à saúde e educação e produzem mais. Exercem sua cidadania na plenitude e oferecem ao seu país força e capacidade de trabalho. Repito o número: 27 milhões de brasileiros não são mais pobres e vivem e muito melhor condição que antes. No inverno dos tucanos esse número não chegou aos 2 milhões. Poderiam ter feito tanto quanto Lula fez? Sim e não. Sim por terem as condições políticas para isso, não por não possuírem qualquer sensibilidade social ou compromisso com a grande massa de nosso povo mais sofrido. Além do mais, os tucanos representavam e representam um projeto neo-liberal de poder, enquanto o presidente Lula representa o povo em suas aspirações mais legitimas.

Numa das batalhas mais duras que se trava em nosso país, a do combate à mortalidade infantil, essa chaga que a todos entristece e envergonha, o governo de Lula avançou bastante, trabalhou com afinco e baixou o índice de 27,5 mortes por mil nascimentos do governo de FHC e Serra para 19,3. Ainda é alto se confessarmos nossa verdadeira intenção: levar esse número terrível para perto do zero.

No país dos grandes educadores Anísio Teixeira, Paulo Freire, Darcy Ribeiro e Milton Santos, o governo de Lula e de Dilma foi a primavera na luta contra o analfabetismo: o analfabetismo “absoluto”, o daqueles que não sabem ler e tem entre 15 e 64 anos de idade, caiu dos 12% do governo anterior para menos de 7%. E o analfabetismo chamado “funcional”, aquele onde há incapacidade de entender textos e realizar operações simples, baixou dos anteriores 27% para decrescentes 21%. Mas o que mais impressiona é que os esforços do governo de Lula são impressionantemente maiores do que os de FHC, que descuidou totalmente de tão delicada questão.

O humanismo da gestão petista se manifesta também na questão do saneamento básico. Hoje exatos 90% da população tem acesso à água tratada. Eram só 72% no governo socialmente descomprometido do PSDB. Hoje, as redes de esgoto chegam a 75% dos lares, contra os 68% do governo passado. Parece que houve um avanço pequeno, mas o importante é salientar que nos oito anos do tucanato o avanço foi quase nenhum...

A produção agrícola chega aos 148 milhões de toneladas, um recorde que reafirma nossa vocação agroindustrial e a força do setor como um dos pilares da economia nacional. A melhor das safras no governo anterior são ultrapassou os 120 milhões de toneladas e as estradas esburacadas, as dificuldades de financiamento e a má relação do governo com o homem do campo, impediam a expansão do agro-negócio. No governo Lula a agricultura brasileira vive a melhor fase de todos os tempos e o Brasil descobriu que os recordes devem ser cada vez mais freqüentes e maiores.

Os amigos leitores se lembram do “risco Brasil”, aquele indicador tão usado para aterrorizar o país, para amedrontar os brasileiros? Pois é, com FHC e Serra, ele chegou à enormidade de 2.700 pontos. Eram tempos de desemprego, de visitas humilhantes ao balcão do FMI e de insensibilidade social. Era o inverno de um país desmoralizado. No governo do presidente Lula e de Dilma ele se encolheu de tal forma, perdeu sua força e majestade, que se perdeu nos escaninhos da história e apresenta 200 pontos. Não custa repetir e por extenso: duzentos pontos, tão somente. Vivemos a primavera de um país que se reencontrou consigo mesmo.

Poderia finalizar esse artigo com o eloqüente valor de nossa dívida externa nos tempos do governo passado: US$ 173 bilhões. Mas prefiro finalizar com a atual dívida externa do governo de Lula e Dilma: ZERO.

Chegou a primavera, brasileiros. Nos campos, nas cidades, nos corações e no futuro de um dos maiores e melhores países do mundo. O nosso.

(*) Delúbio Soares é professor

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Zé Lourenço e o Caldeirão da Santa Cruz do Deserto

Pe. Vileci Basílio Vidal – CPT

Crato – Setembro 2010

A história dos beatos no Nordeste tem inicio com o Pe. Ibiapina. Daí surge, então, beatos como Antonio Conselheiro que se confunde com a história de Canudos na Bahia e tempos mais tardios surge o Caldeirão sobre o comando do Beato José Lourenço que levava uma vida de penitente sob a orientação do Pe. Cícero.

Caldeirão ficava nas terras de herança do Pe. Cicero no município de Crato. Torna-se uma comunidade organizada pelo beato Zé Lourenço com o objetivo de conduzir grupo de trabalhadores rurais a conhecer e viver uma vida digna, abundante pautada pela oração e pelo trabalho. O verdadeiro “milagre do trabalho”, nesta comunidade, foi transformar o solo estéril numa terra produtiva.

A área do Caldeirão era 900 hectares, localizada numa região semiárida com pouca vegetação, solo nu e pobre em nutrientes, topografia acidentada e com vários grotões.

A comunidade do Caldeirão nos inspira na discussão sobre a convivência com o semiárido, considerando que se trata de uma experiência em uma época de extrema miséria no campo devido a impossibilidade que tinham os trabalhadores de acesso a terra perpetuando a super exploração, a miséria e a fome entre os trabalhadores do campo. Mas, na comunidade do Caldeirão se estabelece uma verdadeira agrovila com centenas de casas, dois açudes, engenho de rapadura, casa de farinha, armazém para estocar alimentos, oficinas de marcenaria, ferreiro, aviamento de couro, barro e cerâmica, grande variedade de frutas, cultivo de cereais, criação de bois, porcos, cabras, galinhas, animais de estimação domésticos (cães e gatos) e selvagens domesticados (emas, mocós, papagaios). Todos eram criados com liberdade. Tinha também alguns cavalos para o uso do beato.

Em 1926, a população inicial do Caldeirão era entre 200 a 300 pessoas e teve um aumento considerado com a seca de 1932 quando as pessoas procuravam a comunidade para não morrer de fome. Após a invasão policial em 1936, a população estava entre 1500 e 2000 habitantes.

Os destinatários da comunidade eram os romeiros mais desvalidos, os fugitivos de perseguições, aqueles que precisavam ser reeducados no trabalho e que chegavam a Juazeiro sem perspectiva e o Pe. Cicero destinava para morar com o beato Zé Lourenço. A primeira experiência de comunidade produtiva foi realizada pelo beato no Sítio Baixa Dantas em Crato, numa terra arrendada, que, vendo prosperar num espaço também de dez anos, o proprietário pediu a desocupação e, por conta disso, o padrinho (Pe. Cícero) orientou para que fossem morar em suas terras no Caldeirão.

A utopia da comunidade era abundancia. Os trabalhadores acreditavam que era possível um mundo onde todos desfrutem, igualmente, das riquezas produzidas. Esta crença tratava-se de uma herança espiritual do Pe. Ibiapina que interfere na mudança estrutural religiosa do Cariri na década de 1860 e 1870, substituindo o mundo das profecias assombradas (medo do inferno) pelo realismo da caridade pratica com o lema “nada faltará” pregado pelos beatos e beatas nos sertões nordestinos: bastava trabalhar e dividir os frutos do trabalho que haveria abundancia para todos. Essa foi a utopia também presente em Canudos e pregada pelo beato Antonio Conselheiro que chegou a fazer missão com Pe. Ibiapina em Quixeramobim e Sobral no Ceará.

Tanto Canudos como Caldeirão, expressa vantajosas experiências camponesas de convivência com o semiárido onde tudo era de todos: se produzia muito e se armazenava. Todos trabalhavam em mutirão, comiam-se junto (grupo de mulheres preparava a comida), os trabalhos eram divididos por tarefas segundo a aptidão de cada um. Enquanto uns trabalhavam na roça, outros pastoravam o gado e trabalhavam nas oficinas. E assim havia ocupação para homens e mulheres. Acontecia muita festa no tempo da moagem. E durante o ano, os acontecimentos religiosos ficavam por conta da irmandade da “Santa Cruz do Deserto”.

A comunidade era organizada pelo tripé: trabalho, oração e abundancia. O trabalho está ligado a penitencia e sacrifício, ao passo que abundancia vem como compensação ou recompensa de todo o esforço feito. Era com esse entendimento que o beato educava aquela gente desvalida que lá chegava. O alimento era o de mais sagrado que podia existir, por isso servia tanto para alimentar o corpo como para alimentar a alma. Ali havia fartura e abundancia e não era transformada em mercadoria. Referencia dada pelos remanescentes ao Caldeirão: “lá era lugar de abundancia e tinha tudo do que se precisava”. O que se vendia, com o dinheiro, se comprava medicamento e tecido.

No Caldeirão, o trabalho era voluntário, as pessoas eram livres para escolher aquele estilo de vida, mas não eram livres para explorar os outros, viver a custa da “energia” (do suor) dos outros – mais valia, ou seja, força do trabalho alheio. Portanto, quem não quisesse trabalhar também ali não morava: “lá era só de rezar e comer muito e trabalhar muito”.

Por conta dessa experiência o beato Zé Lourenço foi chicoteado muito pelas autoridades e coronéis da época, por ser camponês pobre e negro. Tanto é verdade que dois anos depois da morte do Pe. Cicero bombardearam o Caldeirão (primeiro bombardeio da FAB que aconteceu no Brasil). Em setembro de 1936 aconteceu a primeira expedição destruindo toda a plantação e roubando os pertences da comunidade e a segunda expedição aconteceu em maio de 1937 quando se deu o bombardeio, destruindo o Caldeirão e matando quase mil pessoas.

O Caldeirão tornou-se sinal de liberdade camponesa onde prosperou uma vida baseada na experiência das primeiras comunidades cristãs (At 2, 42-47). E nos tempos atuais é referencia histórica para as Comunidades Eclesiais de Base e Quilombolas da região. A sua história também se confunde com a história do beato líder José Lourenço que organizou a comunidade com padrões de comportamento e forma de relacionamento que resultou numa rica produção de saberes.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Segundo Enquete no Blog do Crato 64,5% do eleitorado do Município diz SIM à Ponta da Serra

Quero agradecer a gentileza do prezado amigo Dihelson Mendonça, editor deste importante blog , pela idéia de realizar uma enquete sobre o tema, onde 350 pessoas deram sua opinião sobre a emancipação política do nosso distrito.

Quero dizer que apesar da impossibilidade da realização dos plebiscitos em 03 de outubro, por motivos já amplamente divulgados pelo Tribunal Regional Eleitoral, espera-se que os Plebiscitos possam ocorrer ainda este ano, quando as urnas do TRE estiverem livres.

É importante dizer que a Assembléia Legislativa cumpriu todas as prerrogativas para que 30 distritos de municípios cearenses possam se emancipar.

Pelo que se sabe, não foi ajuizada nenhuma ação de inconstitucionalidade contra os processos de emancipação.

A Assembléia Legislativa aguarda ainda a manifestação do Tribunal Regional Eleitoral, que deverá marcar a data dos plebiscitos nos 30 distritos que tiveram seus projetos transformados em Decretos Legislativos, que autorizam o TRE a realizar os plebiscitos, dentro de um prazo previamente estipulado.

Sobre a aprovação do movimento emancipalista, devo dizer que 80% da população do distrito de Ponta da Serra diz sim a sua emancipação política

Em termo de município, temos informações do resultado de uma pesquisa que indica que 65% da população do Crato diz sim à Ponta da Serra

Quanto à enquete idealizada pelo Dihelson quero dizer que seu resultado corresponde à realidade, antes mostrada em pesquisas realizadas por alguns dos candidatos às eleições deste ano.

O resultado da enquete foi o seguinte: dos 350 participantes, 209 ( 59%) disseram SIM á Ponta da Serra, 120( 34%) disseram não e 26 ( 7%), são indecisos.

Como sabemos, no Plebiscito, só se considera os votos válidos, nesse caso, 324, ficando o seguinte resultado:

SIM 209 > 64,5%

NÃO 120 > 35,5 %

Dessa forma, acredito que o Blog do Crato deu uma grande contribuição ao nosso movimento emancipalista.

Por: Antonio Correia Lima

sábado, 11 de setembro de 2010

Pedra de Yoyô - Por: Antonio Correia Lima



( Dedico esta postagem à amiga Irismar Pereira, enteada de Raimundo de Zé Correia, que viveu boa parte da sua infância e adolescência nesse pedaço de chão, e que mora hoje em Ribeirão Preto - SP, de onde não pára de sonhar com tudo isso.)


Desde quando comecei a ter entendimento de vida,ouvi muito se falar da referida pedra, que fica por trás da residência de Milson Leite, à beira da antiga estrada que dava acesso à sede do nosso distrito( antes da construção da estrada atual).

Antigamente a estrada dava uma volta e passava em frente à antiga casa, que serviu de moradia para Zé Bezerra, filho e herdeiro do Professor José Bizerra de Brito, para o Sr, Inácio Ferreira Leite, depois para o seu filho Belo Leite. Por último quem residiu por muitos anos na dita casa foi o casal Pedro Santana e Dona Neném , pessoas muito prestativas e queridas por todos da região.

Sempre ouvi falar de Yoyô como sendo um membro da nossa família ( Correia Lima do Juá), mas sódepois que iniciei minhas pesquisas sobre as nossa origens( de todas as famílias da região), é que vimsaber, realmente, quem era Yoyô. Ele era o meu tetravô( avô do meu avô Cícero Correia ). Era também, avô materno de Geraldo Lima, de Maria Gondinha, e outros, tendo morado no sítio Juá no final do século XIX e início do XX.

Seu nome verdadeiro era Manuel Joaquim Junior (Correia), tendo sido casado duas vezes. Do primeiro casamento, com Paulina Josepha do Sacramento, são seus filhos: Antonio Correia da Silva( sem muitas informações, Luciana Correia( avó de Cazuza Chato) e João Paulino Correia( Papai Correia), o meu bisavô paterno, c.c. Vicência Maria da Conceição (Yayá), na Matriz do Crato em 02/01/1883, onde ambos eram moradores. Deste casal emanam os “Correia Lima”, do Juá. João e Yayá eram os pais de José, Cícero, Antonio, Isabel, Luiza, Maria ( Primeira mulher de Raimundo Ribeiro de Matos),

Com a morte da sua esposa, e já muito velho, casa-se com Marculina Maria da Conceição que era irmã de Yayá, sua nora, casada com seu filho João Paulino Correia. Desse casamento nasceram:

1-Joaquim José de Lima (Joaquim Isabel), casado duas vezes. Do primeiro com Ana Isabel de Jesus e do segundo, com Olivia;
2-Raimundo José de Lima (Raimundo Gondinha) casado duas vezes. Do primeiro com Isabel Luiza da Conceição, filha de Francisco João de Lima e do segundo com Luiza Soares de Melo;
3-Vicente José de Lima, c.c. Maria Anunciada Ribeiro de Matos, pais de Geraldo, Dão Expedito, Nonato, Ozanira, Ozair e Oly
4-Francisca Correia de Lima (Chiquinha) casada duas vezes; Do primeiro casamento com Antonio Francisco de Lima, teve apenas uma filha de nome Maria, c.c. Zé Mascena. Do segundo casamento, com Vicente Bernardo Vieira, teve os seguintes filhos; José, conhecido por Zé de Chiquinha, Vicentina e Audísia.

Voltando à história da “Pedra de Yoyô”, devo dizer, que segundo informações da própria família, Yoyô pedia esmola, sentado nessa pedra, apesar do filho João Paulino ser um homem de algum recurso, pois, era proprietário de uma boa área de terra, que compreendia o sítio Juá de Baixo , ou Juá dos Correia. Dizem que o filho havia lhe destratado e ele por vingança pedia esmola para não depender dele. Inclusive, a Marculina não colocou nos seus filhos o sobrenome Correia em protesto contra seu enteado

A segunda mulher do Yoyô, Marculina Maria da Conceição e Vicência Maria da Conceição (Yayá) casada com seu filho João Paulino, eram irmãs e descendiam dos Lima ( depois LimaVerde) , do sítio Fábrica, em Santa Fé. Portanto, todo Lima descendente, tanto da Marculina como da Vicência, tem sua origem da família Limaverde da Santa Fé. Elas eram primas do Dr. Miguel Limaverde, não se sabendo em que grau.

Está aí, portanto, uma interessante história de alguém que deixou uma grande prole que , deu econtinua dando, grandes contribuições ao desenvolvimento de Ponta da Serra, a família Correia Lima, do sítio Juá.

NOTA: Para o trabalho fotográfico, contei coma colaboração do nosso amigo, " O Tio", que me acompanhou até o local, onde posou para a foto.