sábado, 2 de maio de 2009

020509 - 1º DE MAIO

Há um ano o cenário no mercado mundial do trabalho era diferente deste que vivenciamos hoje, dominado pelas incertezas. As dificuldades existiam, as injustiças já eram desafiantes, mas, acima de tudo, havia espaço para coexistência de uma expectativa de dias melhores. Um sentimento que mudou a partir de quando explodiu uma crise econômica cuja dimensão ainda não se consegue, até hoje, definir com clareza.
A jornada de luta tem sido especialmente desgastante para nós, do setor financeiro. Afinal, é nele que está concentrada a origem da maior parte dos problemas, dentro de uma situação que sempre foi criticada pela Federação dos Bancários do Norte e Nordeste como porta-voz de um sentimento dos trabalhadores bancários, mesmo nas épocas de bonança aparente.
O mundo vive, em 2009, um 1º de Maio de apreensão, como poucos observados ao longo da história. O mercado de trabalho se contrai, postos são fechados, como resultado de uma tendência que ninguém consegue ainda dizer ao certo para onde nos levará. E, pior, até hoje inexiste uma ação mais clara das empresas que indique disposição para uma autocrítica que entendemos fundamental ao processo de reversão do cenário.
Havia uma irrealidade que aqui sempre denunciamos. Os estratosféricos lucros de bancos e demais instituições financeiras, sempre mereceram de nós uma postura crítica e de cobrança em relação aos seus efeitos práticos, pois eram anunciados em meio a um quadro de aperto salarial constante, exploração laboral crescente e injustiça social inalterada.
A crise, ao invés de nos abater, mais uma vez nos encontra preparados para enfrentá-la. Nunca fomos embalados pela música conveniente dos desempenhos históricos do setor financeiro nos últimos anos, com registros de lucros fantásticos, da mesma maneira que não nos curvaremos ao discurso de que a hora é de desprendimento para salvar o próprio emprego ou o mercado. O trabalhador já foi submetido a sacrifícios demais em nome das reformas, dos consertos, das arrumações e de tudo mais que é feito, ou apresentado, em nome de uma ordem econômica nova.
A Federação dos Bancários do Norte e Nordeste utiliza a data para renovar, agora com mais vigor, o apelo de todos os anos. É de união que continuamos precisando e unidos é que enfrentaremos com mais força as ameaças, novas e velhas, à luta para garantir as condições necessárias para termos o ambiente mais produtivo possível.

José Jesus Trabulo de Sousa Mário Correia de Oliveira Júnior
Presidente. Diretor do Conselho Fiscal

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