sábado, 2 de maio de 2009

020509 - NOVO VESTIBULAR


Cinco milhões de jovens se preparam para o vestibular deste ano e devem enfrentar o Enem (Foto: JULIANA VÁZQUEZ)

A substituição do vestibular tradicional por uma prova unificada já começa a valer a partir de outubroAs universidades federais que quiserem aderir ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como forma única de avaliação para o vestibular deste ano deverão anunciar essa preferência até o próximo dia 12, de acordo com o Ministério da Educação.As propostas anunciadas pelo MEC consistem em quatro opções de utilização do Enem. A principal alternativa prevê a seleção unificada do vestibular; outra opção sugere a utilização do exame como primeira fase do concurso; uma terceira combina o resultado da prova com outro processo seletivo para estabelecer uma média definitiva; e uma última propõe usar apenas como o critério de preenchimento das vagas ociosas, que sobram dos vestibulares.Na última quarta-feira, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) declarou apoio às propostas do MEC e afirmou o interesse de participar do novo processo seletivo, ´respeitando a autonomia, diversidade e especificidades regionais.´ Para a Andifes, as medidas sugeridas pelo MEC devem ser adotadas de acordo com as respectivas realidades institucionais.Segundo o ministro da Educação, Fernando Haddad, ´foge à razoabilidade´´ alguma instituição não participar do processo sequer para preencher as vagas ociosas. ´A quarta possibilidade é quase uma obrigação, a instituição não vai deixar vagas ociosas. As possibilidades são suficientemente largas para que tenhamos a totalidade das instituições testando o novo instrumento de acesso´´, afirmou o ministro.ApoioO Brasil conta com 55 universidades federais. Desse total, 25 devem utilizar o novo Enem, que será realizado em outubro, como exame seletivo.Entre essas instituições, 16 deverão utilizar somente o Enem na seleção dos estudantes. Cinco dessas instituições foram criadas durante o governo do presidente Lula.Além disso, doze universidades, entre elas a Universidade Federal do Ceará (UFC), já declararam que não vão usar o novo exame no processo seletivo deste ano.Para o reitor da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Thompson Mariz, o Enem pode aumentar as desigualdades regionais. Como a prova será unificada, cada aluno poderá tentar o ingresso em mais de uma universidade.CompetitividadeSegundo ele, os estudantes das capitais poderão dominar as vagas dos ´cursos da elite´´ das universidades do interior e de regiões periféricas, reduzindo as oportunidades dos moradores da região. ´A gente não pode tratar de forma igual aquilo que é desigual. Não é tão deletério defender o regionalismo. Os alunos do Nordeste vão ser condenados aos cursos de pouca demanda´´, declarou Thompson.Para o ministro da Educação, os alunos só serão prejudicados caso a universidade adote o Enem como fase única. Ele justificou que há outras alternativas de participação.O ministro ressaltou a necessidade de as instituições aderirem ao novo Enem para que seja possível fazer uma reforma no currículo do ensino médio, hoje muito pautada pelos vestibulares tradicionais que não possuem uma matriz comum. ´Da mesma forma que a Prova Brasil e o Ideb ajudaram a organizar e melhorar o trabalho em sala de aula no ensino fundamental, precisamos dar um norte para o ensino médio a partir de um exame que seja interessante´´, destacou o ministro da Educação.Durante este mês, os conselhos universitários de cada instituição se encontrarão para aprovar as diretrizes do processo. Haddad solicitou aos reitores uma reunião de críticas dos projetos do governo para fazer um balanço sobre a gestão do MEC com o presidente. A reunião está marcada para o dia 28 de maio.


JULIANNA SAMPAIOEspecial para o Nacional

EXTRAIDO DO DIARIO DO NORDESTE

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